A Vivara (VIVA3) registrou vendas de R$ 913 milhões no quarto trimestre de 2024, um aumento de 17,4% em relação ao mesmo período do ano anterior e amplamente em linha com a estimativa do Banco Safra.
A margem bruta caiu 50bps a/a (-20bps em relação à estimativa do Safra), impulsionada por um aumento no número de funcionários na planta de Manaus.
A margem EBITDA ajustada atingiu 28,6%, expandindo ~3pps a/a e superando as estimativas do Safra em 130bps, impulsionada por menores despesas de vendas atribuíveis a:
- (i) menores despesas com pessoal, relacionadas a comissões sobre vendas;
- (ii) ajustes nas despesas de marketing; e
- (iii) menores despesas com serviços de terceiros.
O lucro líquido de R$ 205 milhões cresceu 42% a/a e foi 2,3% acima da estimativa do Safra, como resultado da melhoria no desempenho operacional. Em relação à alavancagem, a empresa mantém um balanço sólido e uma relação Dívida líquida/EBITDA de 0,2x.
Análise do Safra sobre os resultados da Vivara
O Banco Safra avalia que a Vivara entregou um resultado positivo no quarto trimestre de 2024, com a lucratividade ligeiramente acima da expectativa, enquanto a empresa continua a apresentar melhorias excepcionais a/a.
A Vivara é um dos poucos nomes na cobertura discricionária (não essencial) do Safra, que consistentemente entrega crescimento de dois dígitos a cada trimestre.
Além disso, as iniciativas de controle de despesas continuam a gerar resultados, com a empresa apresentando uma sólida expansão de 3pps na margem EBITDA e superando a estimativa.
Um ponto de atenção é a geração de caixa, que ficou ligeiramente abaixo da expectativa do Safra no trimestre devido a um aumento de R$270 milhões a/a nos estoques.
Isso se deve parcialmente a compras antecipadas de matérias-primas em antecipação ao crescimento da receita e como uma proteção contra os preços das commodities.
No geral, o Banco Safra mantém a recomendação de Compra, dado o valuation barato da VIVA a 7.5x P/L estimado para 2025, apesar de seus sólidos fundamentos operacionais.
Life continua sendo o destaque da empresa Vivara
A receita bruta atingiu R$1,2 bilhões, alta de 14% a/a, principalmente impulsionada por:
- (i) crescimento de 10% a/a em vendas em mesmas lojas (físico e digital); e
- (ii) expansão de 18% na área de vendas nos últimos 12 meses, com 67 novos pontos de venda.
O segmento Life se destacou mais uma vez, com receita bruta crescendo 11% a/a para R$451 milhões, representando 39% das vendas totais, apoiado por:
- (i) a adição de 63 lojas LTM; e
- (ii) crescimento de 28,6% em vendas em mesmas lojas.
Menor fluxo de caixa operacional levando a uma posição de caixa mais fraca
Por fim, a Vivara reportou um fluxo de caixa operacional de -R$176 milhões vs. 126 milhões no 4T23. O Capex totalizou R$21 milhões, uma redução de 46%, refletindo menores investimentos na planta.
A empresa encerrou o trimestre com uma posição de dívida líquida de R$115 milhões, explicada principalmente por estoques e recebíveis mais altos.
Novo guidance, mas impacto limitado
A Vivara também divulgou seu novo guidance de abertura de lojas, totalizando adições brutas de 40 a 50 lojas Life e Vivara em 2025, uma redução de 25% em comparação com a estimativa de 60 aberturas de lojas. No entanto, tal redução teria um impacto limitado no modelo do Safra: “O preço-alvo do Safra permaneceria praticamente o mesmo e veríamos apenas uma redução de 1% em nossa estimativa de lucro líquido para 2025”, diz o relatório dos analistas do Safra.