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Aquecimento global pode tornar calor na região Amazônica intolerável

Pesquisadores brasileiros projetam que temperatura pode subir até 11,5ºC até o ano 2100, afetando diretamente 12 milhões de pessoas

Imagem de queimada na região da floresta Amazônica, alusivo ao aquecimento global

Para a América do Sul como um todo, o estudo sugere que pode haver elevação de 2°C a 5,5°C na temperatura ao final do século | Foto: Getty Images

Um estudo publicado nesta sexta-feira, 1º, na revista científica Communications Earth & Environment aponta que o aquecimento global pode tornar a região Amazônica intolerável para o corpo humano no ano de 2100.

Sendo assim, cerca de 12 milhões de pessoas que vivem no Norte do Brasil estariam expostas à condição extrema de calor.

O periódico internacional é uma segmentação da prestigiada revista britânica Nature.

A condução da pesquisa foi feita por pesquisadores brasileiros da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade de São Paulo (USP.

Com base em modelagens computacionais, os cientistas projetaram que, caso o aquecimento global não seja contido, a região Amazônica pode experimentar um aumento de até 11,5°C (graus Celsius), no pior dos cenários, entre 2073 e 2100.

Para a América do Sul como um todo, o estudo sugere que pode haver elevação de 2°C a 5,5°C ao final do século.

Desmatamento impulsiona aquecimento da região Amazônica

No caso da alta das temperaturas previstas para a região, o principal vilão é o desmatamento da maior floresta tropical do planeta.

O processo é descrito no estudo como “savanização” da floresta Amazônica.

A savana é um bioma presente na África que tem vegetações rasteiras, presente em regiões secas, com longa estiagem.

Em 2020, 11.022 km² de floresta foram desmatados na Amazônia, segundo o estudo publicado nesta sexta-feira | Foto: Getty Images
Em 2020, 11.022 km² de floresta foram desmatados na Amazônia, segundo o estudo publicado nesta sexta-feira | Foto: Getty Images

De acordo com outro estudo citado pelos pesquisadores brasileiros, nos últimos 20 anos a Amazônia registra redução de 60% no nível de chuvas devido ao desmatamento.

Nesse sentido, a publicação traz dados recentes sobre o desmatamento na Amazônia brasileira.

Saiba mais

Segundo a pesquisa, a área desmatada em 2020 ficou em 11.022 km² (quilômetros quadrados).

Porém, esse contingente deveria ser de 3.925 km², conforme a meta nacional de redução de 80% do nível de desmatamento observado entre 1996 e 2005.

Esta meta foi apresentada à Convenção do Clima de 2009, realizada em Copenhague, na Dinamarca.

Efeitos para o corpo humano

Adicionalmente, o estudo descreve os efeitos que o aquecimento global na região Amazônica podem ter para os milhões de cidadãos que nela vivem.

Assim, em ambientes acima de 35ºC e alta umidade, a transpiração, que é a principal ferramenta de refreamento do corpo humano, tem sua eficácia reduzida.

Dessa forma, o corpo humano pode ter reações adversas como:

  • Desidratação

  • Exaustão

  • Colapso das funções vitais básicas

  • Redução do desempenho físico e psicológico

  • Alterações de humor

  • Desenvolvimento de doenças mentais

  • Morte por hipertermia

Por fim, são destacados como os grupos de risco à elevação da temperatura na região Amazônica crianças, idosos e pessoas com comorbidades.

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