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Arcelor busca certificar todas as unidades no país com padrão ESG até 2024

Siderúrgica conseguiu a certificação internacional ResponsibleSteel para três unidades no Brasil; no mundo cerca de 20 usinas detêm o reconhecimento

Usina ArcelorMittal

Usina de João Monlevade, a segunda unidade da ArcelorMittal no Brasil a deter a certificação | Foto: Divulgação

A ArcelorMittal deve ter todas as suas unidades no Brasil certificadas seguindo todos os critérios ESG, sigla em inglês para governança, social e meio ambiente. O padrão ResponsibleSteel é uma iniciativa global de normalização e certificação que trabalha para maximizar a produção sustentável de aço.  

“É uma sociedade sem fins lucrativos composta por produtoras de aço, trading, usuários de aço, setor acadêmico e outras instituições. É uma iniciativa mais focada na Europa, mas hoje existem usinas com esta certificação no Brasil, nos Estados Unidos e na Coreia”, disse Guilherme Abreu, gerente geral de Sustentabilidade da ArcelorMittal Brasil.

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Atualmente, três usinas da companhia no Brasil têm esta certificação. A primeira que conseguiu foi a de Tubarão, no Espírito Santo. Esta, inclusive, segundo Abreu, foi a primeira das Américas a deter esse reconhecimento. A última a ser certificada foi a unidade de Vega, em São Francisco do Sul, em Santa Catarina. Até 2024, as outras oito unidades devem operar de acordo com a ResponsibleSteel.

“Essa certificação aborda toda a questão de governança, análise de risco, representatividade das questões sociais, descomissionamento, qualidade do ar, água, recursos hídricos e destinação de resíduos,. É bem abrangente e traz um compromisso a mais da empresa em busca de altos padrões de sustentabilidade”, afirmou o executivo.

Segundo ele, são considerados 12 princípios ambientais, sociais e de governança. São eles: Liderança Corporativa; Sistemas de Gestão Social, Ambiental e de Governança; Saúde e Segurança Ocupacional e Comunitária; Direitos do Trabalho; Direitos Humanos; Comunidades Locais; Engajamento das Partes Interessadas (stakeholders) e Comunicação; Mudanças climáticas e Emissões de Gases de Efeito Estufa; Ruído, Emissões, Efluentes e Resíduos; Recursos Hídricos; Biodiversidade e Descomissionamento e Encerramento de Operações.

“A avaliação é feita por uma auditoria externa e a certificação é demorada, pois, além de entender o processo de produção de aço, é avaliada toda a cadeia do aço e a comunidade na qual a unidade está inserida”, afirmou Abreu.

Segundo ele, o que mais deu trabalho foi adequar a questão dos riscos. “Temos análises de riscos em todos os nossos sistemas, mas não tínhamos submetido os nossos processos a uma auditoria de uma maneira mais ampla e um ponto de atenção foi a biodiversidade. Estávamos fazendo ações mas não dávamos a devida divulgação, e não havia um plano de médio e longo prazo. Essa certificação garante um plano de ação por mais tempo.” 

Para Conrado Vegner, analista de siderurgia, mineração e petróleo do Banco Safra, a busca por uma certificação nos critérios ESG é uma tendência mundial. Para ele, as siderúrgicas puderam comprovar que são responsáveis socialmente, ambientalmente e têm uma boa governança, e isso se traduz em um prêmio de preço na tonelada do aço.

“As metas mais agressivas estão sendo implementadas na Europa. Há um projeto em desenvolvimento de pedágio para a siderúrgica que produzir o aço com nível alto de emissão de gases”, disse Vegner.

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