close

Balança tem pior saldo para março desde 2015

País teve saldo positivo de US$ 1,482 bilhão em março, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior

navio de conteineres

No primeiro trimestre do ano, a balança comercial brasileira acumulou um superávit de US$ 1,648 bilhão | Foto: Getty Images

A balança comercial brasileira teve um saldo positivo de US$ 1,482 bilhão em março, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.

Apesar do superávit, o desempenho é o pior para o mês desde 2015, quando o saldo foi de US$ 455,5 milhões.

A piora em relação ao ano passado é fruto de um crescimento mais acelerado da média diária das importações do que nas exportações.

As aquisições vindas do exterior somaram US$ 23,023 bilhões em março, com uma média diária 51,7% superior ao observado em igual mês de 2020.

Já os embarques para fora do País totalizaram US$ 24,505 bilhões, com alta de 27,8% na média diária na mesma base de comparação.

País acumula saldo de US$ 1,6 no trimestre

No primeiro trimestre do ano, a balança comercial brasileira acumulou um superávit de US$ 1,648 bilhão. Esse também é o pior desempenho para o período desde 2015, quando houve um déficit de US$ 5,577 bilhões.

O governo também divulgou o saldo comercial das últimas semanas de março. Na quarta semana (22 a 28), houve déficit de US$ 782 milhões. A recuperação veio na quinta semana (29 a 31), com superávit de US$ 1,123 bilhão.

Ministério prevê superávit recorde

Apesar do resultado do primeiro trimestre, a balança deve melhorar nos próximos meses e encerrar o ano com um superávit recorde, prevê o Ministério da Economia. As estimativas apontam um saldo positivo de US$ 89,4 bilhões, o que, se confirmado, será 75% maior que o ano passado e um recorde na série histórica.

O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucaz Ferraz, explicou que as projeções foram atualizadas com base na perspectiva de uma vacinação contra covid-19 mais rápida em diversos países, sobretudo nos mais desenvolvidos.

Além disso, o pacote fiscal de estímulo aprovado pelos Estados Unidos, no valor de US$ 1,9 trilhão, deve impulsionar o crescimento da economia americana e gerar efeitos positivos para outros países, entre eles o Brasil. O cenário de juros baixos também contribui para a melhora no saldo comercial.

Na previsão do início do ano, o governo projetava um superávit de US$ 53,0 bilhões para 2021. Na nova estimativa, tanto o desempenho das exportações quanto das importações melhoraram. Os técnicos esperam exportações de US$ 266,6 bilhões e importações de US$ 177,2 bilhões.

Ferraz disse que a corrente de comércio já vem melhorando desde o terceiro trimestre de 2020, na esteira da recuperação da economia doméstica e mundial.

Exportação de soja mostra melhora

Mais recentemente, houve incremento nas estimativas de exportação de soja. Na projeção de janeiro, os técnicos ainda não haviam incorporado o cenário de safra recorde do grão. Além disso, tem havido pressão nos preços de commodities vinda do crescimento mais expressivo de economias importantes como China e EUA.

Ferraz admitiu que há um risco de uma nova onda de covid-19, inclusive pelo surgimento de novas variantes, mas avaliou que isso não deve alterar de maneira significativa as projeções para o comércio exterior. (AE)

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra