Balanços de serviços essenciais mostra início de ano moderado
A demanda comercial, embora ainda se recuperando de quedas anteriores, mostrou sinais iniciais de estabilização, com crescimento de 0,5% em relação ao ano passado
29/04/2025
O destaque positivo da temporada deve ser a Copel (CPLE3), beneficiada por iniciativas de eficiência de custos | Foto: Getty Images
A prévia de resultados para das empresas do setor de serviços essenciais elaborada pelo Banco Safra prevê mais um trimestre moderado como resultado de:
- (i) crescimento suave nos volumes de vendas das distribuidoras devido às comparações difíceis do ano passado, contínua expansão da geração distribuída e pequenos reajustes tarifários;
- (ii) eventos de redução e exposição a diferenças de preços spot entre submercados, o que deve prejudicar as margens das geradoras; e
- (iii) impacto do reajuste tarifário fraco nas receitas anuais das transmissoras.
Por outro lado, o excedente de produção hidrelétrica (~108% no trimestre), combinado com preços spot razoáveis (média de R$160,0/MWh no trimestre), pode ter ajudado os jogadores hidrelétricos com energia disponível para venda.
O destaque positivo da temporada deve ser a Copel (CPLE3), beneficiada por iniciativas de eficiência de custos, enquanto o destaque negativo deve ser a Isa Energia (ISAE4), afetada negativamente por ajustes de receita fracos.
Mercado cativo permanece sob pressão apesar do crescimento positivo nas vendas totais
De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), os volumes totais combinados em janeiro e fevereiro cresceram 2,0% a/a, apoiados pela contínua expansão nos segmentos residencial (+3,3%) e industrial (+2,6%).
No entanto, as vendas no mercado cativo caíram 3,3% a/a. Os volumes residenciais aceleraram em fevereiro em meio a uma onda de calor nas regiões Sul e Sudeste, que compensou o desempenho mais fraco na região Norte.
A demanda industrial permaneceu resiliente, liderada pelos setores automotivo, minerais não metálicos e plásticos, embora o crescimento tenha desacelerado de janeiro para fevereiro.
A demanda comercial, embora ainda se recuperando de quedas anteriores, mostrou sinais iniciais de estabilização, com crescimento médio de 0,5% a/a no período.
A recuperação foi impulsionada por uma atividade mais forte no varejo e serviços, apoiada por temperaturas mais altas e indicadores econômicos em melhoria em regiões-chave como Sudeste e Sul, apesar da suavidade contínua nas regiões Norte e Nordeste.
As tendências regionais foram mistas, com o Norte liderando o crescimento industrial e o Sul se destacando no consumo residencial devido às condições climáticas extremas.
A região Norte registrou o crescimento geral mais forte no consumo de eletricidade, seguida pelas regiões Sul e Sudeste. Em contraste, as regiões Nordeste e Centro-Oeste registraram desempenhos mais moderados.
Hidrologia, perspectiva de geração, preços spot e GSF
No 1T25, a hidrologia atingiu 85% da média de longo prazo (LTA) no sistema, superior aos 65% vistos no 1T24. Os preços spot médios atingiram R$160,0 por MWh contra R$61,0 por MWh no 1T24, um aumento de 162,3% a/a, enquanto o Fator de Escalonamento de Geração (GSF) ficou em 108%, comparado a 90% no 1T24, ajudando assim as unidades das geradoras.
Em março, os preços spot divergiram entre as regiões, e as renováveis com clientes na região Sudeste foram negativamente expostas a preços mais altos na região do que no Norte/Nordeste.
No geral, a geração de renováveis aumentou a/a devido a recursos eólicos mais fortes e ao início de novos projetos (unidades de grande escala e GD).
Por outro lado, esperamos níveis mais altos de redução anual que podem ter um impacto negativo nos resultados do 1T25. Neste trimestre, a geração térmica caiu 11,1% a/a como resultado de melhor hidrologia e restrições de transmissão, o que, conforme relatado na orientação de volume, pode ter um impacto negativo nos resultados da Eneva (ENEV3).
Resumo dos resultados
Esperamos resultados trimestrais relativamente fracos para integradas e geradoras devido ao impacto da redução e exposição a diferenças de preços entre submercados, seguidos por resultados fracos para transmissoras devido ao impacto do reajuste tarifário moderado nas receitas.
Para distribuidoras, volumes moderados no mercado cativo devem ser parcialmente compensados por iniciativas de custo (este é o caso da Equatorial e Sabesp).
O Safra espera bons resultados para Copel e Sabesp, com ganhos suaves vindo das transmissoras (Alupar, Isa Cteep) e geradoras/integradas (Cemig).

