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Bancos devem mostrar maior aversão a risco em 2025

Os balanços dos bancos referentes ao quarto trimestre de 2024 devem refletir expectativa com os efeitos da alta dos juros, segundo relatório do Banco Safra

Bancos crise de crédito

Em relatório, o Banco Safra reitera a preferência pelo Itaú Unibanco entre os grandes bancos | Foto: Getty Images

A temporada de resultados dos bancos referentes ao quarto trimestre não deverá trazer surpresas, segundo análise do Banco Safra. Mas a expectativa é por um tom moderado das empresas e maior aversão ao risco no guidance oficial para 2025, devido à expectativa de taxa Selic mais elevada e nuances relacionadas às novas normas contábeis (Resolução CMN nº 4.966).

Em relatório sobre o setor bancário, o Safra informa que atualizou os modelos de análise dos bancos e reitera a preferência pelo Itaú Unibanco entre os grandes bancos. O Banco do Brasil deve divulgar seus números no dia 19 de fevereiro.

Resultados dos bancos saem em fevereiro

Santander Brasil e Itaú Unibanco divulgam os resultados do quarto trimestre de 2024 no dia 5 de fevereiro. O Bradesco publica o balanço no dia 7 de fevereiro.

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Santander Brasil

O Safra espera um lucro de R$ 3,704 bilhões (16,5% ROE), +2% T/t para o Santander Brasil (SANB11), que divulga os resultados dia 5 de fevereiro. Os resultados do banco devem manter as mesmas tendências do terceiro trimestre, com recuperação do EBT, o que pode aumentar o imposto de renda.

O quarto trimestre também deve ser afetado por despesas e taxas mais altas. O Safra espera que a renda líquida com juros continue a crescer, mas a direção da parcela do mercado deve mudar significativamente, impactada pelos movimentos recentes na taxa de juros do Brasil.

A qualidade dos ativos e as provisões devem permanecer sob controle. O Safra espera que a gestão transmita um tom mais cauteloso em relação a 2025, dada a atual situação macroeconômica e a expectativa de menor crescimento do crédito.

Itaú Unibanco

Apesar das comparações difíceis devido a uma reversão das provisões e sazonalidade em despesas operacionais no terceiro trimestre, o Safra espera que o Itaú Unibanco (ITUB4) entregue crescimento de lucro líquido de +2% T/t, para R$ 10,882 bilhões, com crescimento positivo de empréstimos nos segmentos de varejo e PMEs. O banco divulga resultados dia 5 de fevereiro.

O Safra chama a atenção para os impactos do câmbio nos empréstimos e nas linhas relacionadas à América Latina, devido a uma forte deterioração do Real.

No geral, o Itaú deverá se beneficiar de sólidas receitas de tarifas e crescimento da margem financeira, e este último deverá ser suficientemente elevado para compensar o aumento das provisões líquidas em comparação com 3T.

O Safra acredita que o banco reservará cerca de R$ 18 bilhões para pagamentos extraordinários de dividendos (rendimento de 6%), o que deverá levar o relação de capital para ~12%.

Para 2025, o Safra vê o banco com uma posição de capital sólida para resistir às perspectivas e mudanças acima mencionadas, e espera que a orientação implique um crescimento anual de 8% a 12% nos resultados financeiros.

Bradesco

O Safra rebaixou a classificação do Bradesco (BBDC4) para Neutro, dadas as novas perspectivas macroeconômicas, para não mencionar os efeitos na operação de crédito, que deverão atrasar a recuperação do ROE.

O CEO do Bradesco, Marcelo Noronha, afirmou publicamente que o banco deveria permanecer focado na sua reestruturação, embora com apetite ao risco ligeiramente menor em 2025.

Os resultados do Bradesco no quarto trimestre de 2024 contam com uma tendência semelhante à de outros bancos e o Safra projeta lucro líquido de R$ 5,337 bilhões (ROE de 13,1%), aumento de +2% em relação ao trimestre anterior. Os resultados saem dia 7 de fevereiro.

Sobre o capital, o Safra espera contração de -25bps no índice CET1 para 11%, dada a marcação a mercado negativa dos títulos AFS devido à abertura da curva de juros no quarto trimestre.

Por último, o Safra espera que a orientação implique um crescimento anual de 10% a 14%, com um cenário ainda pressionado de despesas operacionais, mas boas perspectivas para o negócio de seguros, que deverá continuar a contribuir para os resultados.

Banco do Brasil

No quarto trimestre, o Safra espera pressão sequencial na qualidade de ativos no segmento do agronegócio do Banco do Brasil (BBAS3). O balanço do BB sai no dia 19 de fevereiro.

O Safra prevê um maior índice de inadimplência no segmento rural de 2,2% (+25bps) e provisões de cerca de R$ 10 bilhões. O Safra vê uma renda líquida com juros estável, mas receitas mais elevadas impulsionadas pelas tarifas.

Uma taxa de imposto mais elevada deverá compensar o Crescimento de +5% no EBT, resultando em lucro líquido estável de R$ 9,524 bilhões no quarto trimestre.

Em 2025, a renda líquida com juros deverá ser melhor do que a maioria dos bancos privados, uma vez que os resultados em tesouraria tendem a melhorar à medida que o Taxa Selic sobe.

O Safra acredita que o BB poderia compartilhar uma faixa de orientação de lucro líquido de R$ 38 bilhões a R$ 41 bilhões, apoiado por uma recuperação tardia em 2025 devido a uma potencial melhoria na inadimplência rural.

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