Baleias estão de volta à Antártida, 50 anos após a quase extinção
Cientistas registram grupos de até 150 baleias-fin nas proximidades da Ilha Elefante, onde os animais foram caçados entre os séculos XIX e XX
07/07/2022Quase 50 anos depois da caça às baleias ser banida, cientistas registraram grandes grupos circulando por antigas áreas de alimentação na Antártida (veja o vídeo abaixo).
Há décadas os animais não eram vistos na região próxima à Ilha Elefante, no continente gelado.
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Conforme estudo publicado na revista científica Scientific Reports (íntegra aqui), o retorno das baleias à Antártida é sinal de uma população animal em recuperação.
Entre o fim do século XIX e início do século XX, os mamíferos marinhos foram caçados de forma constante, principalmente nas regiões de alimentação onde foram vistas recentemente.
Até a proibição definitiva da atividade, em 1976, estima-se que mais de 700 mil baleias tenham sido mortas.
Além da própria população animal, os cientistas acreditam que o retorno dos mamíferos às regiões antárticas pode ajudar na restauração da fauna e flora marinha por meio da reciclagem de nutrientes.
“A recuperação das baleias-fin nessa área poderia restaurar as funções do ecossistema cruciais para a regulação do carbono atmosférico na região oceânica mais importante do mundo para a absorção de CO2 antropogênico”, diz o estudo. A baleia-Fin, ou comum (Balaenoptera physalus), é um mamífero marinho que pertence à ordem dos cetáceos. A sua principal característica é a presença de numerosas placas de queratina denominadas barbatanas, no lugar de dentes. Estas placas atuam como um poderoso filtro, extraindo da água grandes quantidades de zooplâncton e krill.
A coleta de dados para o estudo foi feita em duas expedições de helicóptero realizadas em abril de 2018 e março de 2019.
Os pesquisadores mapearam uma área de 3.251 quilômetros e registraram 100 grupos de baleias-fin, com um a quatro integrantes. Porém, foram encontrados agrupamentos incomuns com até 150 baleias.
Os cientistas estimam que haja uma população de 7.909 baleias-fin dentro da área pesquisada na Antártida, com densidade de 0,09 indivíduos por quilômetro quadrado – o que é considerado um patamar elevado.