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Banco alemão veta negócios com Trump

Medida é uma sanção pelo ataque ao Capitólio por extremistas insulflados pelo presidente, que deixou 5 mortos

Trump

Deutsche Bank é o credor mais importante do presidente, com cerca de US$ 340 milhões / Foto: Reprodução Facebook

O Deutsche Bank, o maior banco da Alemanha, não fará mais negócios com o presidente dos EUA, Donald Trump, e com suas empresas, segundo o jornal The New York Times.

A medida é uma sanção pelo ataque ao Capitólio por extremistas incentivados por Trump em um discurso feito um pouco antes da invasão em Washington. Cinco pessoas morreram no ataque.

O Deutsche Bank é o credor mais importante do presidente, com cerca de US$ 340 milhões (cerca de R$ 1,8 bilhão) em empréstimos cedidos para a Trump Organization, grupo gerenciado por dois filhos do presidente.

Procurado, o banco não comentou a medida. A Trump Organization e a Casa Branca também comentaram.

A agência de notícias Reuters relatou em novembro que o Deutsche Bank estava procurando maneiras de encerrar seu relacionamento com Trump após as eleições nos EUA.

A medida teria como objetivo evitar publicidade negativa e e evitar questionamentos sobre princípios de governança.

O banco alemão, que começou a fazer negócios com Trump no final da década de 90, foi alvo de investigações no Congresso dos EUA sobre sua ligação com Trump e supostas conexões da entidade financeira com a Rússia. O presidente construiu sua fortuna no mercado imobiliário

As apurações e a publicidade negativa, vistas por um executivo sênior como capazes de causar “sérios danos colaterais”, são indesejáveis para o banco, disseram três funcionários ouvidos pela Reuters.

Além disso, as empresas que financiam os empréstimos enfrentam dificuldades. A desaceleração econômica causada pela pandemia do coronavírus atingiu a indústria de viagens, incluindo os hotéis – um dos negócios do presidente.

A relação entre Trump e o banco já passou por momentos difíceis antes. Em 2008, ele processou a área do banco responsável por imóveis depois de ter deixado de pagar um financiamento de US$ 40 milhões (R$ 214 milhões) usado para a construção de um hotel em Chicago.

Na época, Trump acusou o Deutsche Bank de ser um dos causadores da crise financeira global daquele ano. Por isso, disse ele, não teria conseguido quitar seu empréstimo.

Depois da ação, a divisão de fortunas privadas da instituição europeia emprestou mais dinheiro para Trump pagar a dívida. O banco resistiu a explicar sua relação com Trump na Câmara e no Senado. Em 2017, finalmente entregou ao FBI informação sobre as contas de Trump, como parte das investigações sobre a suposta interferência da Rússia nas eleições americanas.

Nova York quer cancelar contratos

A prefeitura de Nova York também avalia cancelar os contratos da Trump Organization, que gerencia dois espaços de patinação no gelo no Central Park e o The Trump Golf Links, em Ferry Point, um campo de golfe público no Bronx.

“O presidente incitou uma rebelião contra o governo dos EUA, claramente um ato inconstitucional e pessoas morreram. Isso é imperdoável”, disse o prefeito de Nova York, o democrata Bill de Blasio.

Youtube bloqueia Trump

O YouTube removeu um vídeo publicado pela conta do presidente Donald Trump e impediu que o canal divulgue novos conteúdos por um período de sete dias.

A empresa comunicou a decisãonesta quarta-feira, 13, por meio da sua conta no Twitter destinada a avisos de imprensa.

“Após revisão e à luz das preocupações sobre um potencial contínuo de violência, removemos o novo conteúdo publicado pelo canal de Donald J. Trump por violação das nossas políticas”, escreveu o YouTube.

“Agora ele tem seu primeiro aviso e estará temporariamente impedido de enviar novo conteúdo por um mínimo de 7 dias.”

A empresa, que pertence ao Google, disse ainda que, devido a preocupações com violência, decidiu desabilitar a seção de comentários de comentários do canal de Trump por tempo indeterminado. O presidente já teve suas contasbloqueadas pelo Twitter, Facebook e Instagram após a invasão do Capitólio. (AE)

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