Banco do Brasil lucra R$ 9,5 bilhões no trimestre, alta de 8,2% em um ano
Banco Safra mantém recomendação neutra para a ação do Banco do Brasil após a divulgação dos resultados financeiros relativos ao segundo trimestre de 2024
08/08/2024O Banco do Brasil registrou outro retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) forte de 21,6%, com juros antes dos impostos (EBT) praticamente em linha com dentro da estimativa do Banco Safra. No entanto, o que chamou a atenção dos analistas do Banco Safra foi a queda de 30 pontos-base no índice CET1, que mede a força financeira das instituições bancárias.
Cerca de um terço dessa redução foi atribuído à piora das condições de mercado do RWA (ativos ponderados pelo risco) e dois terços à expansão do RWA de crédito, principalmente em títulos privados. Na avaliação do Safra, isso não está relacionado aos fortes níveis de lucratividade e deve ser um ponto de atenção daqui para frente, especialmente porque o banco expandiu fortemente em grandes créditos corporativos e títulos privados no segundo trimestre.
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Safra reitera classificação neutra para a ação do BB
O BB também revisou seu guidance para renda líquida com juros, despesas de provisão e sua métrica ESG do
portfólio sustentável.
O banco agora espera que a renda líquida com juros cresça de 10% a 13% (maior do que a faixa anterior de 7%
a 11%) e que as despesas também aumentem, de R$ 31 bilhões para R$ 34 bilhões (contra R$ 27 bilhões a R$ 30 bilhões
anteriormente).
Apesar disso, o banco manteve sua orientação para o lucro líquido ajustado (R$ 37 bilhões–R$ 40 bilhões), embora
um cálculo “de improviso” tenha levado o Safra a chegar a uma redução de -2% no EBT no ponto médio da orientação, ou -R$ 1 bilhão.
Principais destaques do balanço do Banco do Brasil
O Banco do Brasil reportou lucro líquido ajustado de R$ 9,502 bilhões (21,6% ROE), alta de +2,2% t/t e +8,2%
a/a , ligeiramente acima das estimativas do Safra e do consenso, embora em linha com a estimativa do Safra para o lucro operacional.
A renda líquida com juros veio -0,5% abaixo da projeção do Safra em R$ 25,549 bilhões, +11,6% a/a , com os desempenhos das parcelas não creditícia e creditícia conforme o esperado.
As provisões líquidas caíram 8,6% t/t , devido a recuperações de crédito R$ 1 bilhão a mais (+49,8% t/t ), parcialmente compensadas por um aumento de R$ 570 milhões em descontos.
O risco de crédito veio acima da estimativa em 7%, cobrindo 100% dos nova inadimplência. No entanto, o índice de cobertura caiu -4,7 pps para 191% devido a uma redução de -26 pps t/t em grandes empresas para 205%.
As taxas cresceram sólidos +6,0% t/t (+6,7% a/a ), 2,9% acima da estimativa do Safra, impulsionadas pela gestão de ativos (+7,4% t/t ), taxas de empréstimos (+15,7% t/t ) e mercados de capitais (+61,6% t/t ).
O core opex (+6,6% t/t e +11,1% a/a ) ficou +3,1% acima do nosso número, devido a outros resultados operacionais maiores do que o esperado (+5,8% maior t/t ), principalmente em riscos legais.
Balanço patrimonial e qualidade dos ativos.
A carteira de empréstimos cresceu +2,2% sequencialmente (+11,2% a/a , para R$ 1,024 trilhão), impulsionada por grandes empresas (+4,6% t/t ) e PMEs (+1,8% t/t ).
O segmento de pessoas físicas cresceu apenas +0,7% no período, acompanhando a queda dos empréstimos de veículos (-11,5% t/t ), cheque especial (-3,8% t/t ) e cartão de crédito (-1,0% t/t ).
Carteira rural do BB fica estável no trimestre
Incomumente, os títulos privados corporativos cresceram 20,4% no trimestre, o que chamou a atenção dos analistas do Safra. A qualidade dos ativos não surpreendeu, e o índice NPL-90 veio rigorosamente em linha em 3,0%, com sua formação a uma taxa de 3,8%, -7bps t/t , ou estável em 3,9% considerando a carteira renegociada, que aumentou
novamente em +5,6% t/t , praticamente devido a um aumento de +R$ 2 bilhões no desembolso das empresas.
Problemas de capital
O índice CET-1 caiu -30bps para 11,6% no trimestre, devido a maiores efeitos de RWA. Aproximadamente um
terço do aumento veio da piora das condições do RWA do mercado e dois terços, da expansão do RWA de crédito, principalmente em títulos privados