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Na retomada, bares e restaurantes enfrentam falta de mão de obra

Pesquisa da associação que representa os bares e restaurantes mostra que 31% querem contratar, mas enfrentam dificuldade de encontrar profissionais qualificados

cozinha de restaurante

Quase metade dos bares e restaurantes que tentam contratar um cozinheiro relataram problemas para encontrar alguém preparado para a função | Foto: Getty Images

Pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) mostra que quase três em cada quatro estabelecimentos do setor de alimentação fora do lar (72%) trabalha hoje com menos funcionários do que antes da pandemia. A pesquisa indica que 31% deles pretendem recontratar nos próximos três meses, mas um em cada cinco enfrentam dificuldade de encontrar mão de obra.

Os cargos mais qualificados são os que têm menos oferta de profissionais – quase metade dos que tentam contratar um cozinheiro, por exemplo, relataram problemas para encontrar alguém preparado para assumir a função.

Na avaliação dos consultados, pela ordem, os cargos mais difíceis hoje são cozinheiros, gerentes e chefe. Depois vêm especialistas (como sushiman), garçons e auxiliares de cozinha.

Mão de obra é maior dificuldade para a retomada

“Este é um fenômeno que deve se intensificar com a retomada. Outros setores também relatam dificuldades parecidas, principalmente nos grandes centros. Muitos trabalhadores demitidos durante a pandemia se mudaram ou encontraram uma nova forma de renda – não à toa, o número de MEIs (microempreendedores individuais) cresceu muito nos últimos 18 meses”, diz o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci.

De acordo com o levantamento, 58% dizem ainda precisar fazer ajustes no quadro de empregados, em função do encerramento do benefício emergencial para suspensão de contratos ou redução de jornada, que ajudou a manter empregos durante a crise. Para 27% destes, isso significa ter de fazer novas demissões e, para 21%, adiar reformas e melhorias.

Outro ponto de atenção para o setor é o grande número de empresas com pagamentos em atraso (56%), o que dificulta a retomada. Dos estabelecimentos que responderam que estão no Simples (88%), mais da metade (51%) deve ao menos uma parcela.

35% dizem que trabalharam com prejuízo em agosto

E a retomada ainda não começou para todos os bares e restaurantes: 35% disseram ainda ter trabalhado com prejuízo em agosto, índice que se manteve quase estável em relação a julho (37%).

“Mais da metade das empresas (53%) afirmou ter feito faturamento maior em agosto de 2021 em relação a agosto de 2020, mas o número não impressiona, já que é fundamental observar que nesta época, ano passado, as restrições em função da pandemia eram muito mais severas”, diz Solmucci.

Segundo ele, os ajustes na gestão, a maior automação e a adoção de novos canais (como o delivery) permitiram a essas empresas chegar até aqui. “Mas agora é preciso redobrar os esforços e olhar com atenção para os problemas que podem atravancar a retomada, como a questão das dívidas, principalmente os impostos atrasados”, completa. (AE)

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