EUA querem união do G-7 para competir com a China
No segundo dia de reuniões, Joe Biden deve buscar apoio para pressionar Pequim contra práticas expansionistas e contra minorias étnicas
12/06/2021O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, iniciou no sábado, 12, um movimento de união dos membros do G-7 para pressionar a China em algumas questões.
À agência Associated Press, duas fontes do governo estadunidense disseram que a estratégia de Biden visa promover maior competição econômica frente à China.
De acordo com a reportagem, a potência asiática tem se valido de políticas antidemocráticas e expansionistas para aumentar (ainda mais) sua influência no mundo.
O encontro de algumas das maiores economias do planeta (EUA, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido) acontece em Carbis Bay, na Inglaterra.
Pautas de Biden para o G-7
De acordo com a imprensa internacional, entre as principais pautas está a política chinesa contra minorias étnicas.
Neste ano, a China recebeu sanções por parte de países ocidentais por criar campos de detenção na região de Xinjiang.
Estes espaços, que os chineses afirmara serem “campos de reeducação e combate ao terrorismo”, abrigam milhares de uigures e os submetem ao trabalho forçado.
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O povo é de origem muçulmana e habita majoritariamente a região autônoma de Xinjiang, no noroeste da China, que faz fronteira com o Paquistão e o Afeganistão.
Nos campos de detenção também há relatos de violações dos direitos humanos, como o uso da tortura e o abuso sexual.
União em xeque
Segundo a Associated Press, o objetivo de Biden é conseguir um comunicado firme e em conjunto do G-7 contra a China até o final do encontro. A cúpula se encerra neste domingo, 13.
Entretanto, a reportagem destaca que aliados europeus dos EUA estão receosos em se descolar de forma contundente de Pequim.
Por isso, há possibilidade de que a reunião do G-7 termine sem uma posição clara dos líderes ocidentais em relação à China.
Por outro lado, os integrantes da reunião, em especial o Reino Unido, querem que o mundo dependa menos economicamente dos chineses.
Nesse sentido, os aliados ocidentais devem apresentar um plano chamado de “Build Back Better for the World” (Construir Melhor para o Mundo, do inglês).
A ideia é promover investimentos em infraestrutura e energia verde em escala mundial para conter a influência da China sobre outros países.
Recentemente, os chineses lançaram um plano batizado “Belt and Road Initiative”, espécie de nova rota da seda abrangendo principalmente Ásia e África.