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Bienal da pandemia: conheça as obras que podem ser vistas ao ar livre

No seu 70º aniversário, uma das maiores mostras de arte do mundo apresenta obras em áreas externas ao pavilhão que a recebe desde 1957

Obra da Bienal de São Paulo

Obra ‘Entidades’, de Jaider Esbell, exposta no lago do Parque do Ibirapuera, em São Paulo | Foto: Divulgação

A Bienal de São Paulo atrasou mais de um ano para inaugurar sua 34ª edição, que marca os 70 anos do nascimento da mostra que mudou o calendário da agenda da arte contemporânea no mundo. Com a pandemia ainda por ser controlada, a exposição centralizada no Pavilhão Ciccillo Matarazzo ocorre em formato inédito: visitação interna reduzida e parte da exposição distribuída pelo Parque do Ibirapuera, em São Paulo, além de intensa programação em espaços públicos da cidade.

A maior – e mais chamativa – pode ser avistada à distância, assim que se entra no parque. “Entidades”, dupla de serpentes infláveis do artista Jaider Esbell, também escritor e pertencente a etnia Makuxi, de Roraima, virou cartão postal temporário da cidade. O autor conta que a ideia foi representar os animais em posição de bote em relação ao monumento de Pedro Álvares Cabral, estátua de bronze projetada pelo arquiteto Agostinho Vidal da Rocha e erguida na margem do lago.

A obra em protesto à colonização do Brasil foi uma das vítimas da crise hídrica no país. Em uma queda do fornecimento de energia ao parque, no começo de setembro, as serpentes mantidas por ventilação elétrica murcharam. O motor que mantém os animais flutuantes de 20 metros de comprimento agora é abastecido por geradores independentes.

Veja neste link como chegar até as obras instaladas nos espaços externos no Parque do Ibirapuera: Mapa

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As esculturas da série ‘Grouwt Rings’: primeiras obras a serem instaladas no parque

As esculturas da série “Grouwt Rings”, do estadunidense Oscar Tuazon foram as primeiras obras externas a serem instaladas, ainda durante o período de montagem da exposição principal. No início de agosto, quatro anéis de madeira foram distribuídos em diferentes pontos do parque: um deles perto da rampa lateral do prédio da Bienal, onde permanecerá até 5 de dezembro, e os demais próximos ao lago e ao lado do Museu Afro Brasil, uma das instituições parceiras desta edição da Bienal.

O diâmetro de cada um dos anéis, entre 4 e 5 metros, foi definido pelo artista a partir da distância entre as árvores que sustentam as peças.

Homenagem em grande escala

A obra “Corte Seco”, do mineiro Paulo Nazareth leva ao parque a representação, em grandes dimensões, de personagens históricos que se tornaram exemplos de resistência e luta contra opressões em diferentes momentos do Brasil. Entre eles, Aqualtune, Carlos Marighella, Dinalva, João Cândido, José Campos Barreto e Carlos Lamarca, Maria Beatriz Nascimento, Marielle Franco, Mário Juruna e Teresa de Benguela.

As esculturas foram produzidas em chapas metálicas pintadas, fixadas sobre bases de concreto. As peças estão posicionadas em pontos diferentes do Parque Ibirapuera, próximas às vias de circulação, e possuem medidas variadas, podendo chegar a onze metros de altura. 

A também mineira Grace Passô, por sua vez, propõe a instalação de uma rádio de poste nas imediações do Ciccillo Matarazzo. Prática difundida em pequenas cidades, sobretudo do Nordeste do país, as rádios de poste são mecanismos alternativos para a circulação de informações de interesse público. A programação da rádio tem sido concebida pela artista e poderá ser escutada tanto dentro quanto fora do pavilhão.

Outros endereços da Bienal 

“A 34ª Bienal se alonga por meio da realização, no Pavilhão da Bienal, de eventos e mostras em 25 instituições da cidade, formando, para além das relações institucionais, uma rede de relações artísticas e curatoriais”, comunicou o presidente da instituição, o colecionador José Olympio. Os locais estão listados, com seus endereços, neste link: Bienal fora do Parque.

Para conhecer a exibição dentro do pavilhão, quem tem mais de 12 anos precisa comprovar ao menos uma das doses da vacina. Visitas mediadas e inclusivas precisam ser agendadas por aqui: Agende sua visita. A 34ª edição da mostra acontece sob o tema “Faz escuro, mas eu canto”,  verso do poeta amazonense Thiago de Mello, publicado pela primeira vez em 1965.

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