Bilionário cobra planos de emissões de empresas
Christopher Hohn, dono de um fundo de hedge, pressiona Google e outras gigantes por planejamento de redução de emissões
29/01/2021O bilionário britânico Christopher Hohn começou a pressionar grandes empresas ao redor do mundo para que apresentem planos concretos de redução de emissões de carbono e os coloquem para votação nos conselhos de administração.
A iniciativa encabeçada por Hohn, que é um renomado gerente de fundos de hedge, mira principalmente gigantes dos Estados Unidos que estão listadas no índice S&P 500. A ação foi noticiada pelo Wall Street Journal.
A motivação de Hohn vem da frustração que ele sente por julgar que as grandes companhias têm demonstrado pouco empenho em reduzir emissões.
O movimento do bilionário tem o objetivo de fazer com que as empresas divulguem seus planos de redução de emissões até 2022.
S&P 500 na mira
Segundo a reportagem, Hohn está trabalhando com investidores e organizações sem fins lucrativos para fazer com que ao menos 100 empresas do S&P 500 adotem a atitude.
Caso as companhias não demonstrem boa vontade em ao menos apreciar a matéria sobre redução de emissões nas reuniões de conselho, as mesmas serão pressionadas por meio de procurações nos encontros.
“Haverá resistência de algumas empresas, mas estou disposto a colocar a matéria em votação”, disse Hohn ao jornal.
O fundo de hedge liderado por Hohn, o TCI Fund Management, se tornou um dos mais lucrativos do mundo graças ao ativismo do britânico com questões ESG (sustentabilidade ambiental, social e de governança).
No entanto, para gerar resultados efetivos o bilionário terá que conseguir o apoio de outros gestores de destaque do mercado financeiro mundial.
Na lista de angariação de apoios estão gestoras como a BlackRock Inc., State Street Corp. e Vanguard Group.
Planos de emissões: resultados
Christopher Hohn é conhecido no mercado financeiro por brigar – literalmente – por grandes retornos aos seus fundos.
O Wall Street Journal lembra que ele já teve litígios com empresas como ABN Amro Bank, London Stock Exchange Group e Wirecard AG.
Porém, ele também é conhecido por seu trabalho como filantropo. Sua fundação, a Children’s Investment Fund, tem trabalhado nos últimos anos para apoiar iniciativas pró-meio ambiente.
A primeira empresa a adotar – ainda que não de forma espontânea – a política de Hohn foi a Moody’s. O fundo de Hohn tem participação de 3,5% na agência de classificação de risco.
Por meio de uma carta, o britânico demonstrou insatisfação com resultados sobre sustentabilidade apresentados pela Moody’s. Em dezembro do ano passado, a agência anunciou alinhamento à Hohn.
Até o momento, a iniciativa de chegou à mesa, por exemplo, dos controladores do Google, a Alphabet.
Outras companhias estadunidenses como a Union Pacific (operadora de trens), a Monster Beverage (fabricante de energéticos) e a Booking Holdings (turismo) também já receberam resoluções de acionistas alinhados à Hohn.