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Biodiesel: mistura obrigatória no diesel é reduzida para 10%

Conselho Nacional de Política Energética aprovou medida medida temporária que tem impacto na emissão de carbono na atmosfera

Produção de biodiesel

Uma das justificativas do CNPE para a redução do teor é a alta demanda pela soja, que compõe cerca de 70% do biodiesel no Brasil | Foto: Getty Images

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou, por unanimidade, a redução do teor de mistura obrigatória do biodiesel no óleo diesel de 13% para 10%, especificamente para o 82º leilão de biodiesel, destinado ao suprimento dos meses de novembro e dezembro de 2021.

Na decisão, o CNPE ressaltou que o Brasil defende e continuará a defender o papel da bioenergia na transição energética, tendo submetido compromisso voluntário baseado nas metas do RenovaBio de redução da intensidade média de carbono da matriz de combustíveis.

Porém, durante este ano, o mercado mundial continua com forte demanda pela soja, elevando o preço da commodity no cenário internacional. No mercado doméstico, por exemplo, o preço da soja é impulsionado pela desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar.

Medida temporária devido ao potenciam impacto no preço do óleo de soja

Como o biodiesel brasileiro tem no óleo de soja sua maior parcela de matéria-prima, com cerca de 71%, sendo o restante oriundo de sebo bovino e outros óleos, “verifica-se a necessidade de adoção de medida temporária de redução do teor de biodiesel devido a potenciais impactos para o consumidor brasileiro e reflexos em inúmeros setores, como transporte público e de mercadorias, além de atividades agrícola e geração de energia”.

O CNPE, no entanto, ressaltou que o novo modelo de comercialização do biodiesel, definido pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em substituição aos leilões públicos, entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2022, com a contratação direta entre o produtor de biodiesel e o distribuidor de combustíveis.

“Dessa forma, a decisão do CNPE de redução do teor de biodiesel na mistura é momentânea e temporal, esperando-se em breve, com as condições adequadas, o aumento da produção e uso dos biocombustíveis no Brasil, de acordo com os objetivos da nossa Política Nacional (Lei 13.576/2017)”, diz a nota.

Aprobio critica a medida

A Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio) avaliou como “retrocesso” a decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) de reduzir a mistura de biodiesel ao diesel para 10% (B10). A medida foi anunciada nesta segunda-feira, 6, pelo conselho. Segundo a Aprobio, trata-se do “maior retrocesso aplicado ao Renovabio”, o programa nacional de biocombustíveis.

De acordo com a entidade, a medida vai punir o setor, gerando desemprego, desinvestimento, além de aumentar a inflação e prejudicar a economia. “A decisão ainda reafirma que o novo modelo de comercialização deverá entrar em vigor em 1º de janeiro de 2022, cuja discussão segue por parte do governo de forma a cumprir prazo, mas sem perspectiva de solução para diversas questões, principalmente as tributárias”, afirma a entidade.

Além disso, a Aprobio defende que a redução vai comprometer os investimentos realizados e planejados, apesar da capacidade já autorizada para um volume de B18.

Na decisão, o CNPE ressaltou que o Brasil defende e continuará a defender o papel da bioenergia na transição energética, tendo submetido compromisso voluntário baseado nas metas do Renovabio de redução da intensidade média de carbono da matriz de combustíveis.

Porém, durante este ano, o mercado mundial continua com forte demanda pela soja, elevando o preço da commodity no cenário internacional. No mercado doméstico, por exemplo, o preço da soja é impulsionado pela desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar.

Diante disso, como o biodiesel brasileiro tem no óleo de soja sua maior parcela de matéria-prima, com cerca de 71%, sendo o restante oriundo de sebo bovino e outros óleos, “verifica-se a necessidade de adoção de medida temporária de redução do teor de biodiesel devido a potenciais impactos para o consumidor brasileiro e reflexos em inúmeros setores, como transporte público e de mercadorias, além de atividades agrícola e geração de energia”. (AE)

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