Black Friday terá venda parcelada em até 30 vezes
Diante da dificuldade de cortar preços, varejistas oferecem formas de pagamento para fazer a compra caber na renda corroída pela inflação
12/11/2021Com a inflação chegando a 10,67% em 12 meses, a Black Friday, no dia 26 de novembro, terá vendas parceladas em até 30 meses. Com isso, o consumidor ainda vai estar devendo as compras nas próximas duas promoções, em 2022 e 2023.
A disparada da inflação traz dois grandes desafios este ano para o comércio varejista, que vem registrando quedas nos últimos meses. O primeiro é mostrar ao consumidor que os preços serão menores do que os de um passado recente. O outro é fazer a oferta caber no bolso do brasileiro de quem está com a renda corroída pelos efeito da inflação.
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“O consumidor perdeu a referência de comparação de preços por causa da inflação elevada”, diz o diretor de Varejo da consultoria GFK, Fernando Baialuna.
A Black Friday supera o Natal na comercialização de eletroeletrônicos desde 2014 e já responde por um quinto dos negócios anuais desses itens, em valor. Mas o resultado desde ano se mostra mais desafiador.
Pressão de custos da inflação prejudica a Black Friday
Por causa da pressão de custos em razão da escassez de matérias-primas e alta do câmbio, desde o início da pandemia houve um reajuste médio de 30% nos preços dos eletroeletrônicos ao consumidor.
“O produto que custava R$ 100 dois anos atrás agora sai por R$ 130 e, com o desconto da Black Friday, vai para R$ 110”, compara. Isso quer dizer que, mesmo com o desconto, em muitos casos, o preço será superior ao pré-pandemia.
Casas Bahia e Ponto frio vão parcelar em 30 vezes no cartão
Diante da dificuldade de cortar preços, as varejistas estão promovendo a forma de pagamento para tornar a compra mais compatível com a renda. A Via, dona da Casas Bahia e do Ponto Frio, já está parcelando em até 30 vezes no cartão próprio as compras da Black Friday.
A Lojas Cem é outra grande rede varejista que pretende ampliar a quantidade de parcelas sem juros para tentar encaixar a prestação no orçamento do consumidor.
“O consumidor está sem dinheiro: o custo de vida com produtos básicos, como combustível, comida, subiu muito e sobram menos recursos para a compra de outros itens”, diz o supervisor-geral da rede, José Domingos Alves.
A expectativa é de uma Black Friday “morna”. “Vamos vender um pouquinho mais em valor em relação à Black Friday do ano passado, mas a quantidade de produtos será menor.” (AE)