Lucro do BNDES cresce 21,3% para R$ 2,9 bilhões no trimestre
Considerando o período de janeiro a setembro, os desembolsos do BNDES aumentaram 20%, ante os mesmos meses de 2022, para R$ 75,4 bilhões
17/11/2023O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido recorrente de R$ 2,9 bilhões, o que representa um aumento de 21,3% na comparação com o mesmo período de 2022. O lucro contábil foi de R$ 4,9 bilhões no período, influenciado pelo recebimento de dividendos da Petrobras.
“Melhoramos o crédito, mantivemos inadimplência em patamares baixos e melhoramos o resultado recorrente no terceiro trimestre”, disse o diretor financeiro e de crédito digital para MPME do BNDES, Alexandre Abreu, em coletiva de imprensa sobre os resultados.
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Os desembolsos no terceiro trimestre somaram R$ 34,8 bilhões, alta anual de 18,4%. Considerando o período de janeiro a setembro, os desembolsos aumentaram 20%, ante os mesmos meses de 2022, para R$ 75,4 bilhões.
A direção do BNDES disse que espera desembolsar neste ano cerca de R$ 119 bilhões, o que é cerca de 1,1% do PIB. O banco projeta desembolso de até 1,4% do PIB em 2024 e de até 2% do PIB em 2026.
Íntegra do comunicado do BNDES sobre os resultados do trimestre
- Lucro recorrente foi de R$ 2,9 bilhões, ante R$ 2,4 bi no mesmo período de 22
- Lucro líquido trimestral, de R$ 4,9 bilhões, foi influenciado por eventos extraordinários, como receitas de dividendos de Petrobras
- Carteira de crédito cresceu R$ 15,7 bilhões no ano, chegando a R$ 495,2 bilhões, maior montante desde o 1º trimestre de 2019
- Desembolsos atingiram R$ 34,8 bi, aumento de 18,4% frente ao 3º tri de 22
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desembolsou R$ 34,8 bilhões no terceiro trimestre de 2023, um crescimento de 18,4% frente ao mesmo período de 2022. Considerando os nove meses acumulados em 2023, houve aumento expressivo em todas as fases de operação do Banco comparativamente a 2022, como consultas (R$ 199,2 bilhões, alta de 94%), contratações (aumento de 43%, atingindo R$ 94,2 bilhões) e desembolsos (crescimento de 20%, ao atingir R$ 75,4 bilhões).
“O aumento das consultas é importante porque aponta para o investimento futuro, o que é um sinal de confiança nos fundamentos da economia brasileira”, destacou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. O incremento ocorreu também em todos os setores econômicos: agropecuária, infraestrutura, indústria, comércio e serviços. O desembolso às exportações, de R$ 7,2 bilhões, cresceu 243% em relação a 2022. As cooperativas também foram destaque, respondendo por 28% dos desembolsos indiretos do Banco, um recorde.
O papel do BNDES se fortaleceu também no apoio às micro, pequenas e médias empresas, destacou o presidente do Banco: “Viabilizamos mais de R$ 65 bilhões em financiamentos até outubro, seja por crédito aos clientes através dos agentes financeiros repassadores do BNDES, ou financiamentos apoiados pelos nossos fundos garantidores, FGI e FGI-PEAC”.
Lucro – No que diz respeito ao resultado financeiro, o lucro líquido recorrente no terceiro trimestre de 2023 foi de R$ 2,9 bilhões, ante R$ 2,4 bilhões no mesmo período do ano passado, alta de 21%. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, o lucro líquido recorrente foi de R$ 6,6 bilhões. O lucro líquido no terceiro trimestre foi de R$ 4,9 bilhões, acumulando R$ 14,4 bilhões nos nove primeiros meses do ano.
O aumento no lucro líquido recorrente foi influenciado pela elevação do produto da intermediação financeira, com destaque para o crescimento da carteira de crédito expandida, atenuado pela redução no saldo médio de tesouraria, em virtude, principalmente, das liquidações antecipadas de dívidas junto ao Tesouro Nacional realizadas em 2022.
O lucro líquido de R$ 14,4 bilhões nos nove primeiros meses de 2023 foi impactado por receitas de R$ 7 bilhões de dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP), basicamente oriundas da Petrobras, e reversão de provisões de crédito, em especial pela recuperação de créditos provisionados em exercícios anteriores, principalmente por honra do Fundo Garantidor de Exportação junto ao BNDES.
Ativos – Os ativos totais do Sistema BNDES somaram R$ 719,3 bilhões em 30 de setembro de 2023, aumento de R$ 35,5 bilhões (5,2%) em relação a dezembro de 2022, destacando o acréscimo de R$ 15,7 bilhões na carteira de crédito expandida e o aumento de R$ 8,9 bilhões na carteira de participações societárias.
A carteira de crédito expandida, que abrange financiamentos, debêntures e outros ativos de crédito, cresceu R$ 15,7 bilhões e alcançou R$ 495,2 bilhões em 30 de setembro de 2023, representando, assim, 68,9% dos ativos totais. É o maior volume nominal desde o primeiro trimestre de 2019. O aumento foi influenciado, em especial, pelo crescimento dos desembolsos e pela apropriação de juros e atualização monetária. Dentre os desembolsos, destacam-se os investimentos em ofertas públicas de debêntures na área de infraestrutura.
Inadimplência – A inadimplência (+90 dias) em 30 de setembro de 2023 manteve-se em 0,01%, mesmo percentual de 30 de junho e inferior aos 0,13% em 31 de dezembro de 2022. Essa taxa permanece expressivamente inferior à inadimplência do Sistema Financeiro Nacional (3,49% geral e 1,33% para grandes empresas), comprovando que o BNDES não sentiu os efeitos da piora do mercado de crédito em sua carteira própria e indireta.
A boa qualidade da carteira de crédito e repasses permaneceu, com 94,6% das operações classificadas nos mais baixos níveis de risco, compreendidos entre AA e C, em 30 de setembro de 2023. Esse percentual se mantém superior ao registrado pelo Sistema Financeiro Nacional, que atingiu 90,8% em 30 de junho de 2023 (última informação disponível).
A carteira de participações societárias totalizou R$ 71,3 bilhões em 30 de setembro de 2023. O acréscimo de 14,2% frente a dezembro de 2022 ocorreu, basicamente, pelo aumento do valor justo dos investimentos em não coligadas. As principais empresas investidas em termos de carteira total seguem sendo Petrobras, JBS, Eletrobras e COPEL.
Fontes de recursos – Em 30 de setembro de 2023, FAT e Tesouro Nacional representavam 57% e 6,6%, respectivamente, das fontes de recursos do BNDES. O FAT manteve-se como principal credor do Banco, sendo o saldo atual de R$ 391,5 bilhões.
O valor remanescente devido pelo BNDES ao Tesouro Nacional atingiu R$ 45,1 bilhões em 30 de setembro de 2023, redução de 0,9%. Os pagamentos ordinários de R$ 1,2 bilhão foram atenuados por apropriação de juros e correção monetária de R$ 0,7 bilhão, não tendo havido antecipações de recursos em 2023.
O passivo com captações externas totalizou R$ 22,8 bilhões em 30 de setembro de 2023, decréscimo de 15,8% no trimestre. No período, houve amortização de R$ 5 bilhões de bonds, em razão do vencimento de um título do Banco no mercado internacional.
Patrimônio líquido – O patrimônio líquido do BNDES atingiu R$ 147,9 bilhões em 30 de setembro de 2023, acréscimo de 12,7% em relação ao saldo no encerramento de 2022. O resultado decorre, principalmente, do lucro líquido nos nove meses, de R$ 14,4 bilhões, além do impacto positivo do ajuste a valor de mercado de ativos (ações e títulos públicos) e da não distribuição de dividendos extraordinários junto à União, interrompendo trajetória de redução do PL.
Limites prudenciais – Base para o cálculo dos limites prudenciais, o Patrimônio de Referência totalizou R$ 186 bilhões em 30 de setembro de 2023. O Índice de Basileia manteve-se em situação confortável: 34,4% em junho de 2023, muito acima dos 10,5% exigidos pelo Banco Central. Essa informação é a última disponível, dada a prorrogação de prazo pelo BACEN para as implementações decorrentes da Resolução BCB nº 229, de 12/05/2022, em vigor a partir de 1º de julho de 2023, que alterou os procedimentos para cálculo do requerimento de capital. Para acessar as demonstrações financeiras completas do BNDES e suas subsidiárias, acesse o Portal de Relações com Investidores: bndes.gov.br/relacoes-com-investidores. (Com informações do Valor Econômico e BNDES)