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BNDES prepara Eletrobras para privatização

Após viabilizar a venda da estatal de energia, BNDES não pretende vender suas ações, informou o diretor de privatização

central de transmissão de energia

Banco estatal trabalha no processo de estruturação da holding para capitalização antes da venda | Foto: Divulgação

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) trabalha na estruturação da capitalização da holding estatal Eletrobras, com o objetivo de “viabilizar a privatização”.

O banco não avalia, no momento, vender suas ações na estatal de energia junto com operação de privatização, afirmou nesta quinta-feira, 13, o diretor de Privatizações do BNDES, Leonardo Cabral.

“O BNDES, hoje, não está avaliando a hipótese de vender ações em conjunto com a oferta. O nosso foco é realizar o aumento de capital da Eletrobras para que ela pague a sua descotização”, afirmou Cabral, em apresentação online para comentar os resultados financeiros do primeiro trimestre.

O diretor do BNDES reafirmou que a continuidade do trabalho de estruturação da operação da Eletrobras depende da conversão em lei da Medida Provisória (MP) que autoriza a venda do controle da holding pela União. Cabral lembrou que o prazo final para a MP ser convertida termina em 22 de junho.

O executivo também reafirmou as perspectivas de cronograma. Com a aprovação da MP em junho, é possível chegar ao fim do ano com a operação estruturada.

O BNDES mira a “janela de mercado” entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022 para fazer a capitalização, reafirmou Cabral, como já foi sinalizado em outras ocasiões. Sobre o modelo da privatização, Cabral reafirmou que a União seguirá com participação na Eletrobras, mas será diluída.

O executivo disse que a equipe do BNDES entende que o uso de uma “golden share” seria, sim, um veículo para a União ter poderes especiais nas decisões da empresa, mas ressaltou que esse ponto está em discussão na conversão da MP em lei no Congresso.

Lucro da Eletrobras cresce 31% no trimestre

O lucro líquido da Eletrobras avançou 31% no primeiro trimestre deste ano, alcançando R$ 1,609 bilhão, ante R$ 1,228 bilhão reportados no mesmo período do ano passado. Já o lucro líquido recorrente somou 2,741 bilhões no período, alta de 48% em base anual de comparação.

Segundo a companhia, o resultado do trimestre foi influenciado positivamente pela receita de transmissão, em decorrência da revisão tarifária periódica, que tem efeitos a partir de julho de 2020, mas parcialmente compensada por provisões e contingências no valor de R$ 932 milhões.

Entre janeiro e março, o Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, na sigla em inglês), atingiu R$ 3,858 bilhões, crescimento de 11% em base anual de comparação. O Ebitda recorrente foi de R$ 4,938 bilhões, alta de 30%. No período, a receita operacional recorrente subiu 8%, para R$ 8,200 bilhões.

Os custos com Pessoal, Material, Serviços e Outros (PMSO) do período caiu 5%, para R$ 110 milhões, devido às medidas de redução de custos que a empresa tem adotado nos últimos trimestres.

O indicador dívida líquida/Ebitda ajustado ficou em 1,4 vez, o menor dos últimos anos, segundo a companhia. (AE)

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