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Bolsa sobe 2,59% após seis baixas seguidas

B3 fechou aos 118,8 mil pontos, com sentimento positivo diante do déficit primário de 2020 abaixo da expectativa

Bolsa de valores

Efeitos da pandemia no mercado de trabalho motivam debate sobre rumos da política monetária e fiscal nos EUA | Foto: Getty Images

Após sequência de seis perdas, a pior desde janeiro de 2020, o Ibovespa atingiu a marca dos 119 mil pontos nas máximas do dia, até quase o fechamento desta quinta-feira. Ao fim, o índice da B3 mostrava alta de 2,59%, a 118,8 mil pontos, tendo oscilado entre mínima de 115,7 mil pontos e máxima de 119,3 mil pontos, com giro a R$ 38,4 bilhões.

A alta veio com a retomada do apetite por risco no exterior, o que se refletiu em queda do dólar ante referências como euro, iene e libra, sem alcançar o real, que foi a R$ 5,46 no pico desta quinta.

Em relação à mínima da sessão anterior, quando foi a 114,9 mil pontos, o menor nível desde 21 de dezembro, a variação chegou a estar além dos 4 mil pontos, para cima. Assim, durante a sessão desta quinta-feira, o Ibovespa chegou a igualar e mesmo a superar seu maior ganho do ano, os 2,76% observados no fechamento do último dia 7, véspera da renovação do topo histórico, a 125 mil pontos.

Ainda no começo da tarde, o índice recuperou a marca de 118 mil pontos e veio a acentuar os ganhos acima de 2%, com a indicação, por porta-voz da Casa Branca, de que o governo dos EUA não pretende fatiar o pacote fiscal em duas partes.

Sentimento positivo com déficit primário

Contribuiu também para firmar o sentimento positivo o déficit primário de 2020 no Brasil, abaixo do que esperava o mercado e também da última projeção feita pelo governo, com evolução favorável da receita. Pela manhã, a leitura sobre a geração de empregos no País no ano passado já contribuía para a recuperação do Ibovespa na sessão.

À tarde, o secretário do Tesouro, Bruno Funchal, disse que ante a retomada observada no mercado de trabalho, com geração líquida de postos em ano marcado pela pandemia, talvez se possa prescindir de extensão do auxílio à renda, em função do “espaço fiscal limitado” de que dispõe o governo no momento.

O sinal de contenção, ainda que restrito à área técnica, aparece em momento no qual a prorrogação de medidas emergenciais volta a ganhar força, às vésperas da definição das próximas presidências da Câmara e do Senado, na segunda-feira, 1º de fevereiro.

Ganhos fortes em setores de peso

Assim, o dia foi de ganhos fortes e bem distribuídos pelos setores cíclicos, de maior peso na B3, como bancos (Itaú PN +4,11%, Santander +3,99%), commodities (Petrobras ON +2,22%, Vale ON +2,13%) e siderurgia (Usiminas +5,70%, CSN +3,24%). Com o desempenho positivo desta quinta-feira, o Ibovespa passa a acumular ganhos na semana, de 1,28%, perto agora de zerar as perdas no mês e no ano (-0,11%).

Nesta quinta-feira, na ponta do Ibovespa, destaque para a alta de IRB (+17,82%), em movimento semelhante, segundo analistas, ao “short squeeze” que inflou os preços da varejista de jogos GameStop nos EUA, entre segunda e quarta-feira. Logo após IRB, destaque também para BTG (+8,80%), Via Varejo (+7,90%) e Iguatemi (+7,00%). No lado oposto, Bradespar cedeu 2,55%, à frente de Cielo (-0,72%), WEG (-0,32%) e Klabin (-0,28%), os quatro únicos a apresentar perdas na sessão, dentre os componentes do índice. (AE)

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