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Bolsas americanas caem, mas há sinais positivos

Ibovespa fechou em -0,79%, perto do S&P 500, de Nova York; a Nasdaq caiu 1,94%. O cenário, porém, é de reação

Nasdaq

A bolsa de tecnologia Nasdaq teve o seu pior dia em seis semanas, com queda de quase 2% / Foto: Getty Images

Em dia de apreensão, o Ibovespa encerrou a quarta-feira com queda de 0,70%, aos 113.001 pontos. O dólar, que chegou a cair a R$ 5,08 pela manhã, inverteu o rumo à tarde e se valorizou 0,92%, fechando o dia a R$ 5,17.

O índice da Bolsa brasileira ficou próximo do 0,79% de queda registrado pelo S&P 500, da Bolsa de Nova York, para 3.673 pontos. O destaque por lá, porém, foi o desempenho da Bolsa de empresas de tecnologia Nasdaq, cujo índice teve um recuo de 1,94%.

Esse número representou o pior número da Nasdaq em seis semanas. As companhias chamadas de big techs, como Amazon, Apple, Facebook e Google, tiveram desvalorizações em torno de 2%.

Há problemas localizados, como as acusações que o Facebook enfrenta por suposto comportamento danoso à concorrência, mas os analistas atribuem parte de queda generalizada de hoje a um movimento de migração.

Investidores estariam vendendo papéis das empresas de tecnologia para apostar em negócios de setores que estiveram deprimidos pela pandemia, como o de energia, e que oferecem perspectivas de ganhos diante um horizonte de futura reação da economia americana.

No início da noite, por 343 votos a favor e 67 contra, a Câmara dos Representantes aprovou um orçamento-tampão para financiar o funcionamento do governo americano por uma semana, enquanto republicanos e democratas continuam a negociar um pacote de incentivos fiscais superior a US$ 900 bilhões. O texto, agora, será submetido à análise do Senado, que também deve aprová-lo.

Outro fator observado pelo mercado hoje foi a negociação do acordo pós-Brexit entre Reino Unido e União Europeia. Horas antes de viajar a Bruxelas para discutir o assunto com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o premiê britânico, Boris Johnson, disse que o país pode chegar a um “bom acordo”.

Segundo a estrategista de câmbio do BK Asset Management, Kathy Lien, há possibilidade de que ocorra um rali do euro após o anúncio do BCE nesta quinta-feira, 10. A autoridade monetária europeia deve ampliar seu programa de relaxamento quantitativo, um estímulo monetário. O euro no Brasil fechou o dia em alta de 0,67%, cotado a R$ 6,25.

Notícias boas sobre o progresso das vacinas nas últimas semanas, e até o início da vacinação no Reino Unido ontem, têm se alternado com as informações sobre os estragos da segunda onda de pandemia da covid-19 nos Estados Unidos e na Europa. Isso continua a influir sobre o humor do mercado, aumentando a aversão dos investidores a risco.

No Brasil, juro mantido

No mercado doméstico, pesaram os ruídos políticos depois que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ironizou a demora na votação da PEC Emergencial e a demora do Planalto no encaminhamento do texto para votação.

Apesar de, no início da noite, o Conselho Monetário do Banco Central ter anunciado a manutenção da taxa de juro básica em 2% ao ano, as cogitações de que a Selic deverá mudar numa das próximas reuniões do Copom cresceram no mercado. O motivo são os dados recentes que mostraram uma inflação acelerada. O IPCA – índice oficial de inflação – fechou novembro com alta de 0,89%, após ter avançado 0,86% em outubro.

A decisão desta quarta-feira, 9, por unanimidade, já era esperada. Foi a terceira vez que a Selic não sofreu alteração, após nove cortes consecutivos. Com isso, a taxa se permanece a mais baixa da série histórica do Copom, iniciada em junho de 1996.

Com a Selic a 2% ao ano, o Brasil segue com juro real (descontada a inflação) negativo. Cálculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que o juro real brasileiro está em -1,69% ao ano.

(Com AE)

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