Avanço da vacinação impulsiona as bolsas
Na máxima do dia, Ibovespa chegou perto dos 119 mil pontos, embalado pelas boas notícias no combate ao coronavírus
17/12/2020O Ibovespa encerrou esta quinta-feira, 17 de dezembro, em alta de 0,46%, aos 118.401 pontos. Com isso, a bolsa brasileira manteve-se acima do nível de fevereiro, pré-pandemia de covid-19, e renovou o recorde nominal em número de pontos.
Na máxima do dia, o índice chegou a subir 0,99%, alcançando 119 mil pontos. Nos Estados Unidos, o S&P 500 registrou alta de 0,58%, para 3.722 pontos.
A valorização de 1,30% na cotação do minério de ferro negociado no porto chinês de Qingdao, a US$ 158,5 a tonelada, também impulsionou o Ibovespa, que na véspera já havia encerrado os negócios em 117,8 mil pontos, com alta de 1,47%, maior nível desde 22 de janeiro – com ganho no ano de 1,91%.
O dólar se desvalorizou 0,49%, fechando a R$ 5,08. Já o euro avançou 0,29%, cotado a R$ 6,23.
O progresso da vacinação contra a covid-19 tem sido o principal motivo de ânimo das bolsas nos principais mercados.
No Brasil, as negociações avançam para iniciar a vacinação a partir de fevereiro, e o Supremo Tribunal Federal decidiu, nesta quinta-feira, que a vacina contra a covid-19 poderá se tornar praticamente compulsória, liberando estados e municípios para adotarem medidas que cerceiem de alguma maneira quem se recusar a tomar o imunizante.
O início da imunização é esperado com grande expectativa, à medida que os benefícios do governo brasileiro para socorrer a população e a economia do país durante o auge da pandemia vão sendo retirados e há alguns sinais de arrefecimento da atividade.
O Banco Central, no relatório trimestral de inflação divulgado nesta quinta-feira, reforçou a importância da ciência no combate ao coronavírus, ao ressaltar os “resultados promissores nos testes das vacinas contra covid-19”.
Alta nos Estados Unidos
As bolsas de Nova York fecharam em alta e os três principais índices acionários renovaram recorde histórico de fechamento, em meio aos avanços nas negociações por uma nova rodada de estímulos fiscais nos Estados Unidos.
O Dow Jones encerrou com ganho de 0,49%, a 30,3 mil pontos. O S&P 500 subiu 0,58%, a 3,7 mil pontos. O Nasdaq ganhou 0,84%, a 12,7 mil pontos.
O site americano Politico informou que os líderes da maioria no Senado dos EUA, Mitch McConnell, do Partido Republicano, e da minoria, Chuck Schumer, do Democrata, declararam que o pacote fiscal está próximo de ser fechado. A ajuda pode chegar a US$ 900 bilhões e será direcionada aos setores mais atingidos pela crise decorrente da covid-19.
Estímulos bilionários à economia
Investidores seguem confiando que o Congresso dos Estados Unidos conseguirá aprovar ainda neste ano um novo pacote fiscal para ajudar a abrandar os continuados impactos da pandemia de coronavírus.
Por mais que alguns considerem baixo o valor do pacote – de cerca de US$ 900 bilhões – a ser aprovado nos Estados Unidos em relação ao que já chegou a ser cogitado (em torno de US$ 2 trilhões), Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, ressalta que se isso ocorrer ajudará a manter o otimismo dos mercados.
A ajuda da União Europeia que começa a chegar e o Japão, que também segue colocando incentivos, são vistos como mais sinais de que haverá melhora da economia global no início de 2021.
Imunização na Europa
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a vacinação começará na União Europeia nos dias 27, 28 e 29 de dezembro. O bloco, segundo noticiou a agência Reuters, concluiu um acordo que garante 200 milhões de doses da potencial vacina da farmacêutica americana Novavax.
Ainda na Europa, a agência reguladora da UE marcou para 6 de janeiro uma reunião para discutir a liberação do imunizante da Moderna. Já a Pfizer, em comunicado, garantiu a distribuição de 50 milhões de doses de sua vacina em 2020.
O mercado também se mostra otimista sobre as chances de um acordo comercial entre Reino Unido e União Europeia para o Brexit, e com a sinalização do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de que continuará agindo, se necessário, com novos estímulos monetários à economia.
(Com AE)