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Brasil cai do 3ª para o 10ª lugar no ranking de interesse em investimentos

Em dez anos, Brasil despencou no ranking de interesse em investimentos de grandes empresas, segundo pesquisa da consultoria PwC

Investimentos

O País continua sendo uma aposta de consumo, mas já não é mais prioridade nos investimentos | Foto: Getty Images

O Brasil despencou de importância na agenda de investimentos das grandes empresas nos últimos dez anos. Se em 2013 o País ocupava a terceira posição entre os maiores mercados estratégicos para os CEOs globais, agora ele caiu para a décima posição no ranking.

Apenas 5% dos entrevistados coloca o Brasil como um dos seus mercados com maior potencial. No ano passado, o mercado brasileiro ocupava a oitava posição, mas foi ultrapassado por Canadá e Austrália.

É o que aponta a consultoria PwC em sua pesquisa anual com presidentes de grandes companhias de todo o planeta. Nas primeiras posições do levantamento estão Estados Unidos (citado por 41%) dos entrevistados), China (27%) e Alemanha (18%).

De acordo com o presidente da PwC, Marco Castro, apesar de o Brasil estar barato, por causa da valorização do dólar frente ao real, ele também está mais pobre e sem perspectivas de crescimento diante das inúmeras dificuldades nas áreas política, fiscal e ambiental.

“O Brasil perdeu relevância em todos os sentidos: o crescimento não está grande e a representatividade para as empresas ficou menor em dólar. O País continua sendo uma aposta de consumo, mas já não é mais prioridade nos investimentos”, afirma Castro.

Empresas demonstram menos interesse em envestimentos no Brasil

Os números para empresas que buscam retorno não são dos mais animadores. De acordo com o último Boletim Focus, relatório do Banco Central que reúne as estimativas dos principais analistas do País, o Brasil deve crescer apenas 0,29% neste ano.

Apesar da alta de 0,1 ponto porcentual na edição publicada nesta segunda-feira, 17, o número vem caindo semana após semana. A perspectiva de crescimento é bem menor do que o esperado para diversas economias desenvolvidas, que oferecem menos risco e mais retorno.

Longe das análises, a economia real mostra que alguns estrangeiros estão saindo do Brasil. Em janeiro do ano passado, a montadora Ford anunciou a sua saída do País, apesar de ser uma das líderes do mercado.

Além da Ford, a maior fabricante de cimento do mundo, o grupo franco-suíço LafargeHolcim, também decidiu abandar o mercado local e fechou um acordo com a brasileira CSN para vender a sua operação.

Para Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, o Brasil não tem um período de tranquilidade há anos e enfrenta uma sucessão de crises, algo que o governo do presidente Jair Bolsonaro também não ajudou para diminuir.

“Apesar de algumas medidas positivas feitas pelo governo, como a lei de falências, o marco do saneamento e a independência do Banco Central, o governo Bolsonaro trouxe crises adicionais, como a questão do risco ambiental”, afirma Vale.

Porém, há quem procure oportunidades por aqui, especialmente os próprios brasileiros. Segundo a pesquisa da PwC, o otimismo entre brasileiros está acima da média global. Cerca de 63% dos executivos brasileiros ouvidos pela consultoria afirmaram que estão muito confiantes de que as receitas de suas empresas vão aumentar – apenas 5% disseram que não estão confiantes. No mundo, a proporção é de 56% para os completamente otimistas e 4% para os pessimistas. (AE)

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