Brasil chega ao 50º Dia da Consciência Negra com mais desigualdade racial
De acordo com pesquisa do IBGE, pessoas pretas e pardas foram as que mais perderam renda com a pandemia de covid-19
20/11/2021No população negra é a que mais sofre com o impacto da crise econômica. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta-sexta-feira, 19, pessoas pretas e pardas são 66% dos que ficaram sem renda do trabalho em 2020.
Desde o início da série histórica da pesquisa do IBGE, em 2012, a desigualdade de oportnidades entre pessoas de pele branca se mantém entre 1,7 e 1,8 vez acima da renda das pessoas de pele preta e parda.
Segundo o Conselho Nacional de Justiça, só no ano passado foram registrados 1.826 processos por crime de racismo no país. Segundo o Instituto de Segurança Pública, em 2019, houve 1.706 vítimas de injúria por preconceito de raça e de cor no estado do Rio de Janeiro.
Destas, 844 sofreram discriminação por motivação racial, sendo 766 (90,8%) autodeclaradas negras.
Programação cultural celebra Consciência Negra nas capitais
O Dia da Consciência Negra em São Paulo tem uma programação variada com filmes, peças de teatro, exposições, saraus, oficinas e cursos livres que contribuirão para ampliar a discussão sobre o tema.
Organizada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, a programação especial acontecerá durante todo este mês de novembro para celebrar a data. O roteiro inclui mais de 100 ações virtuais e presenciais.
O Museu Afro Brasil celebra a data com apresentação musical, jogos e brincadeiras. Haverá, ainda, um tributo a Pixinguinha, o grande maestro, flautista, saxofonista, compositor e arranjador brasileiro, além de show com a Banda Performática, criada pelo artista José Roberto Aguilar e os músicos Arnaldo Antunes e Paulo Miklos. A banda promove uma fusão de linguagens, como performance, poesia, pintura, dança e música.
No Teatro Sérgio Cardoso tem a apresentação musical A Cor Púrpura, obra-prima de Alice Walker, que conta a história de Celie, mulher negra, pobre e semianalfabeta que desde a infância passa por situações de indiferença e abandono. O espetáculo retrata um pedaço do mundo do início do século 20 ainda muito presente nos dias de hoje.
Pela plataforma e aplicativo #CulturaEmCasa, o II Festival Negro em Ação será exibido a partir de hoje. São 60 filmes, sendo 33 curtas-metragens, 14 videoclipes e 13 videoartes, todos realizados por artistas e diretores negros. A ação faz parte do projeto Ponte Aérea Cultural, parceria entre a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e a do Rio Grande do Sul. O evento ocorrerá no formato híbrido, pelo aplicativo.
O município do Rio de Janeiro preparou este ano uma série de eventos para celebrar a Consciência Negra ao longo de todo o mês, em um calendário de ações chamado Novembro Negro. Neste sábado, estão previstos um espetáculo sobre a data na Lapa, às 16h; um baile charme no Planetário do Rio, às 19h; e dois shows na Cidade das Artes: Nilze Carvalho (às 18h) e Orquestra Sinfônica Jovem do Rio de Janeiro com solistas negros (às 19h).(Com agências)