close

Brasil pode ser o emergente mais afetado pela desaceleração da China

Relatório do Banco de Compensações Internacionais (BIS) coloca o País ao lado de Coreia do Sul, Índia e México, nações que têm a China como um dos principais parceiros comerciais

Poucas pessoas andando em dia nublado em Xangai, na China, cuja desaceleração deve afetar o Brasil, segundo o BIS

BIS compara uma queda de 1 ponto percentual no crescimento da economia da China com uma redução em torno de 0,7 p.p. no ritmo de expansão do Brasil | Foto: Getty Images

O Brasil pode ser o país emergente mais suscetível ao impacto da desaceleração chinesa, na visão do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), uma espécie de banco central dos bancos centrais.

Ao seu lado, estão países como a Coreia do Sul, que seria a mais afetada, na visão da entidade, com sede em Basileia, na Suíça, além de Índia e México.

Saiba mais

O BIS compara uma queda de 1 ponto percentual (p.p.) no crescimento da economia da China com uma redução em torno de 0,7 p.p. no ritmo de expansão do Brasil em seu relatório econômico anual, publicado no domingo, 26. Como base, utilizou dados entre os anos de 1996 e 2019.

“Muitas economias emergentes estão altamente expostas ao crescimento chinês mais lento, especialmente países da Ásia emergente e alguns exportadores de commodities”, afirma o BIS.

A Coreia do Sul, conforme a entidade, é o emergente que seria mais afetado por um menor ritmo de crescimento da China, poderia ter impacto de 1% em seu crescimento. No caso do México, tal reflexo seria de 0,45%, enquanto na Índia poderia chegar a quase 0,50%.

Na visão do BIS, o menor crescimento da China é um dos fatores de pressão, juntamente com a guerra na Ucrânia, para uma estagflação global, fenômeno que atinge países com baixo crescimento econômico e preços descontrolados por um extenso período.

Isso porque o país tem sido responsável por uma parte relevante do crescimento mundial, de cerca de um quarto, sendo uma demanda externa relevante para o resto do mundo, principalmente, para matérias-primas.

Abra sua conta

"Bloqueios locais e outras medidas para aplicar a rígida política de covid das autoridades podem interromper ainda mais as redes de produção, tanto na China quanto com parceiros comerciais", avalia o BIS, no estudo. "A luta contra o vírus está longe de terminar", acrescenta.

No ano passado, a economia chinesa cresceu 8,1%, mas esse ritmo já desacelerou para 4,8% no primeiro trimestre de 2022. Organismos mundiais e bancos de investimento têm revisado o ritmo de expansão da China para baixo diante da política de covid-zero implementada pelo país.

Recentemente, o Citi cortou sua estimativa para o PIB chinês neste ano, que passou de uma alta de 4,2% para 3,9%. (AE)

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra