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Brasileira descreve volta à vida normal em Israel

País levou a covid-19 a sério desde o início, vacinou mais da metade da população e agora começa a retomar as atividades presenciais

Estudante em israel

A mestranda da Universidade de Tel Aviv: “Se pudesse, teria dado a vacina que tomei aos meus pais, que estão no Brasil” l Foto: Arquivo pessoal

Esta semana, a paranaense Luana Varaschim Perin viu o campus da universidade onde estuda abrir as portas para as atividades presenciais. Ela e seus colegas de mestrado voltaram a frequentar bares, restaurantes e museus. No lugar na máscara no rosto, o “green pass” na mão.

Luana estuda em Tel Aviv, maior cidade de Israel. O país vacinou mais da metade da população com as duas doses do imunizante da Pfizer/BioNTech. Neste domingo, 18, suspendeu a obrigatoriedade do uso de máscaras em espaços públicos.

Volta à normalidade

“É muito bom poder interagir com a cidade e as pessoas sem o medo de contaminar ou ser contaminada”, conta a aluna da Universidade de Tel Aviv, que deixou o escritório na cidade de Pato Branco, no Paraná, para cursar o mestrado em Direito e Tecnologia na universidade com uma bolsa do programa Brazil Scholarship Fund.

A mestranda, especialista em direito civil e empresarial, inscreveu-se em sete países diferentes, passou em seis e conseguiu bolsa para três. “Nenhum outro lugar tem um ecossistema de tecnologia e inovação como o israelense, por isso vim pra cá.”

Ela não poderia calcular que veria o abismo tecnológico entre Israel e o Brasil tão de perto. “Fui avisada da vacina por mensagem, com hora marcada para o mesmo dia. Como sou brasileira, levei minha carteirinha de vacinação de papel, mas ninguém nem olhou”, ri.

Em minutos Luana tinha levado a picada e voltado para o dormitório estudantil. Passados 21 dias, ela recebeu nova mensagem lembrando-a da segunda dose.

Israel tem os dados de saúde de toda a população digitalizados e conectados aos seguros individuais, incluindo os dados dos estrangeiros. “O exame PCR é quase de graça e as pessoas podem fazer quantas vezes acharem necessário”, diz.

“Eu fiz um antes de tomar a vacina, em fevereiro, e diariamente recebia mensagens de acompanhamento do meu caso”, conta ela. Luana só lamenta ter sido imunizada antes dos pais aposentados, de 59 e 60 anos, que ficaram na sua cidade natal no Brasil e ainda não receberam nem a primeira dose.

A estudante chegou em Tel Aviv em agosto de 2020 e precisou cumprir quarentena. “A universidade me colocou em um apartamento com tudo que eu precisaria. Recebia todos os dias refeições e itens de alimentação e higiene”, lembra. “Vivi todas as fases da pandemia sem precisar me preocupar com nada, a não ser com a minha família no Brasil.”

População leva a sério o uso de máscaras

Ela lembra que em todas as etapas do controle da covid-19, mesmo nas mais abertas, a população em geral levou, e ainda leva, “muito a sério” o uso da máscara, que agora só é obrigatória em locais públicos fechados, como shoppings.

“Não tenho dúvida de que a organização impecável, absolutamente digital e a agilidade da imunização é que fez a grande diferença no controle da doença. Não conheço ninguém que tenha tido qualquer tipo de problema para receber qualquer uma das doses”, diz.

Em janeiro, Israel registrava 10 mil infecções diárias. Atualmente, são menos de 200, e a taxa de testes positivos é de 0,3%. Todo cidadão em trânsito deve portar a informação (com datas) da vacinação ou testagem negativa no “green pass”, documento que dá acesso a restaurantes, academias, hotéis e outros pontos comerciais e culturais de ambiente fechado. As lojas já estavam abertas.

Luana foi para estudar. Agora quer morar em Israel.

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