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BTG tem resultados acima da expectativa com impulso de juros mais altos

Maior banco de investimentos da América Latina, o BTG Pactual (BPAC11) tem recomendação de compra e preço-alvo de R$ 31 por ação

BTG

Ao todo, os resultados do BTG Pactual foram fortes, mostrando a força de seus negócios diversificação | Foto: Getty Images

O BTG Pactual apresentou bons resultados no primeiro trimestre de 2022, com bom desempenho da maioria de suas linhas de receita, o que compensou a queda já esperada na divisão IB. O resultado final do BTG ficou acima das estimativas do banco Safra e do consenso da Bloomberg. O lucro líquido ajustado foi de R$ 2,062 bilhões, +72,2% em relação ao mesmo período do ano passado, +15,7% sobre o trimestre anterior, 20,5% acima da previsão do Safra, com um adj. ROAE de 21,5% na comparação anual, comparado a 16,8% no primeiro trimestre de 2021 e 19,4% no quarto trimestre de 2021.

O faturamento do BTG Pactual atingiu R$ 4,351 bilhões, 56% acima do primeiro trimestre do ano passado e 25% acima do trimestre anterior, apesar do efeito de sazonalidade em algumas divisões.

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Os destaques foram o Sales & Trading, impulsionado pela maior atividades de clientes e maior volatilidade, e Wealth Management, que apresentou crescimento de receita de 93,6% sobre o primeiro trimestre do ano passado, uma vez que o banco continua ganhando participação de mercado, especialmente no segmento de alta renda. A linha Juros e Outros, que foi beneficiada pela maior taxa Selic no período.

Como esperado, a divisão de Investment Banking caiu 27,4% em relação ao mesmo período de 2021 e -15,4% sobre o trimestr anterior (para R$351 milhões), refletindo a atividade mais fraca do mercado de capitais, com um menor número de transações também para DCM.

A receita de empréstimos corporativos atingiu R$ 819 milhões (+47,2% A/A, +9,9% T/T e 12% acima da estimativa do Safra), seguindo a contínua expansão dos volumes de crédito, principalmente em segmentos com spreads mais altos.

A carteira de crédito expandida do BTG atingiu R$ 111 bilhões no 1T22, +4,6% T/T, com carteira de crédito para PMEs em R$ 92,5 bilhões, crescendo +10,4% no período.

As receitas de Vendas e Trading foram fortes, atingindo R$ 1,481 bilhão, um aumento de +82,6%A/A, 61,6% T/T e 43,4% acima da nossa estimativa, impulsionado por atividade recorde de clientes (baseada em taxas e fluxos), maior volatilidade do mercado de ações e uma melhor alocação de VaR.

Os resultados de gestão de ativos e patrimônio cresceram 18,3%A/A e 93,6%A/A, respectivamente, devido à ainda sólida entrada de Moedas Novas Líquidas em ambos os segmentos, apesar da sazonalidade no período.

A receita de gestão de ativos caiu 13,1% no trimestre, principalmente em taxas de performance registrado no final do ano fiscal de cada fundo, enquanto o aumento de receita de +18,3% A/A é mais relacionado ao aumento de AuA/AuM no período (+30,2% A/A, para R$ 586 bilhões).

Em Gestão de Riqueza & Consumer Banking, a receita atingiu um recorde histórico de R$ 570 milhões, 25% acima da nossa estimativa, refletindo a consolidação da Empiricus, market-share ganhos (especialmente no varejo de alta renda) e maior oferta de produtos. Em um ano base, a receita da Wealth cresceu 93,5% A/A, seguindo o aumento de 44,3% no WuM (para R$ 428 bilhões) no período.

As despesas operacionais totais do BTG atingiram R$ 1,911 bilhão, +59,4% A/A, +42,6% T/T e 30,9% acima das nossas estimativas. As despesas do BTG estão diretamente correlacionadas com a receita desempenho, o que significa que o crescimento da receita implica no pagamento de bônus (que eram +18% A/A e +111% T/T).

Além disso, vimos números mais altos devido à maior nível de contratação (+22% T/T) e investimentos na plataforma digital. Como resultado, o lucro antes dos impostos do BTG atingiu R$ 2,440 bilhões, alta de 53% A/A e +14% T/T. O resultado foi parcialmente compensado pelo maior nível tributário no trimestre, já que a taxa efetiva foi de 20,4% (vs. 18,4% no trimestre anterior), refletindo o mix de receitas.

Assim, o lucro líquido do BTG foi de R$ 1,943 bilhão, +65,1% A/A e +11,4% T/T. Em base ajustada, o lucro líquido foi de R$ 2,062 bilhões, EPU de R$ 0,54, aumento de 72,2% A/A e +15,7% T/T, representando um adj. ROAE anualizado de 21,5%.

O BTG Pactual está bem posicionado para o índice de alavancagem de Basileia. O banco encerrou o 1T22 com bom nível de capital, com índice de BIS em 15,0% (vs. 15,7% no trimestre anterior). O capital CET1 ficou em 13,2% (13,6% antes).

Ao todo, os resultados do BTG Pactual foram fortes, mostrando a força de seus negócios diversificação. Apesar do fato de que o mercado pode olhar a força de Vendas e Trading (como algo não recorrente), ressaltamos que outras linhas, como Riqueza Gestão e empréstimos corporativos foram muito bons, e o fato de que Juros e a outra linha deve continuar se beneficiando da alta da Selic. Por isso, o Safra mantém a classificação de compra para o BTG, com preço-alvo para de 2022 de R$ 31,0/unidade.

Revisão de BPAC11

Em janeiro, o Safra atualizou o modelo para BTG Pactual (BPAC11), reduzindo o preço-alvo para R$ 31 por unit (de R$ 37 anteriormente). Além de assumir taxas de desconto mais altas nos modelos (o custo de capital foi elevado em 0,5 ponto porcentual), o banco abandonou a análise de múltiplos por cliente para o Banco Pan, controlado pelo BTG Pactual, e assumindo apenas a metodologia DDM.

Apesar de um cenário de taxas de juros mais altas poder reduzir a atividade do banco em alguns produtos relacionados a ações (como receitas de ECM na divisão de banco de investimento e receitas da divisão de gestão de ativos), o Safra acredita que o banco pode continuar com sólido desempenho em outras linhas como Sales and Trading, Corporate Lending e Wealth Management (onde seu banco digital está crescendo).

Vale a pena investir em BPAC11?

  • Líder em corporate e investment banking na América Latina, com forte presença em Sales and Trading, Asset e Wealth Management;
  • Mercado de capitais brasileiro parece apresentar forte recuperação apoiada por um ambiente de taxas de juros muito baixas;
  • Pode aumentar a presença nos segmentos de varejo de alta renda;
  • Negócio muito diversificado, desde vendas e negociação até gerenciamento de patrimônio, o que permite ao banco explorar oportunidades de vendas cruzadas em toda a sua base de clientes;
  • Modelo de negócios mais baseado em taxas de serviço, que exigem menor alocação de capital (que crédito) e proporcionam retornos mais altos;
  • Plataforma digital de rápido crescimento pode acelerar o crescimento e agregar valor ao valuation atual do banco;
  • Expansão da presença digital via crescimento inorgânico; e
  • Remuneração agressiva baseada no modelo de parceria.

Quais os riscos ao investir em BPAC11?

  • Riscos na reputação;
  • Impacto macroeconômico nas atividades de investimento;
  • Mudanças regulatórias;
  • Concorrência dos bancos digitais; e
  • A interrupção e a ascensão das fintechs podem mudar o ambiente competitivo.

Sobre o BTG Pactual (BPAC11)

O Banco BTG Pactual é um banco de investimento e gestor de ativos e fortunas, com posição dominante no Brasil, tendo estabelecido uma bem sucedida plataforma internacional de investimentos e distribuição.

Foi fundado em 1983 e, desde então, tem operado como uma partnership meritocrática. O Banco BTG Pactual está organizado nas seguintes áreas de negócios: Investment Banking, Corporate Lending, Sales and Trading, Asset Management, Wealth Management e Participations.

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