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Com nova alta de juros, caderneta de poupança muda regra de correção

Com a nova alta dos juros prevista para hoje, poupança passará a pagar 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial

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Mudança na correção da poupança vem sendo estudada há mais de um ano pelo Banco Central | Foto: Getty Images

Pelas regras atuais da caderneta de poupança, quando os juros passam de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (hoje, zerada). Com a Selic abaixo de 8,5%, o rendimento da aplicação corresponde a 70% da taxa Selic mais a TR.

Esse modelo existe desde 2012 e foi adotado na época para permitir a redução dos juros naquele momento. Com a provável alta da taxa básica de juros, a Selic, para 9,25%, a ser anunciada hoje, o cálculo do rendimento vai mudar.

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Até agora, com os juros a 7,75% ao ano, o rendimento da poupança é de 5,53% ao ano. Se a Com a taxa básica acima dos 8,5% ao ano, o rendimento é de 0,5% ao mês mais a TR. Em 12 meses, o rendimento passaria a 6,17% ao ano mais a TR. Se o cálculo continuasse pelo método anterior, o rendimento seria de 6,45%.

Um depósito de R$ 10 mil na poupança por 12 meses com Selic em 9,25% renderia R$ 617 mais a TR. Já com a Selic em 7,75%, o rendimento em um ano seria um pouco menor, de R$ 553. Mesmo com a mudança, o rendimento da Poupança deve continuar perdendo para a inflação, que está em 10,73%.

Banco Central quer nova correção da caderneta de poupança  

O Banco Central estuda uma nova fórmula para que a poupança tenha uma correção mais próxima daquela que é usada para fazer o financiamento de projetos imobiliários.

Hoje, há um descasamento de prazos e de indexadores. A caderneta, que tem uma liquidez de curto prazo, é fonte de crédito em geral de longo prazo, entre 20 anos e 30 anos.

O BC tem há mais de um ano um grupo dedicado a estudar o tema e fazer simulações. Embora a mudança exija cautela na sua implementação, poderá ser anunciada ainda em 2022. O assunto vem sendo discutido com os bancos.

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Poupança perde para outras aplicações

A expectativa do mercado é de que se mantenha o ritmo de aumento de 1,50 ponto porcentual, fazendo com que a taxa encerre 2021 no patamar de 9,25% ao ano.

O cenário alteraria a remuneração da poupança, aumentando seu rendimento nominal. Ainda assim, ela continuaria tendo rentabilidade líquida inferior a de outras aplicações de renda fixa, como os títulos públicos ou privados (por exemplo, o Tesouro Direto ou CDBs de instituições financeiras).

Apesar da mudança na remuneração, o investimento que é feito na caderneta de poupança continuaria menos atraente do que em outras aplicações de renda fixa.

A poupança se popularizou entre os brasileiros por ser considerada menos arriscada e não ter incidência de Imposto de Renda. A liquidez diária, ou seja, a possibilidade de resgate a qualquer momento dos valores investidos na poupança, é um dos fatores que contribuem para a escolha pela aplicação.

O estoque atualizado da poupança até o dia 25 do mês passado era de R$ 1,012 trilhão, de acordo com dados do BC. Em outubro, esse valor era um pouco maior, de R$ 1,027 trilhão, conforme a instituição. (Com AE)

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