close

Captações no mercado interno batem recorde no primeiro trimestre

Volume de captações chegou a R$ 105,2 bilhões, de acordo com o Boletim de Mercado de Capitais da Anbima

Mercado financeiro

O cenário é desfavorável para emissões de títulos no exterior, com a expectativa de alta dos juros nos EUA, do fortalecimento do Real e da guerra na Ucrânia | Foto: Getty Images

O volume de captações no primeiro trimestre chegou a R$ 105,2 bilhões, de acordo com o Boletim de Mercado de Capitais da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O valor supera os R$ 102,8 bilhões captados no mesmo período de 2021 e estabelece um novo recorde na série histórica da entidade.

Segundo o levantamento, o destaque do primeiro trimestre foi a renda fixa. De acordo com os dados, as operações deste tipo somaram R$ 89,1 bilhões, o que representou 84,7% do volume total de captações.

Saiba mais

Conforme o vice-presidente da Anbima, José Eduardo Laloni, o cenário internacional teve um papel importante no resultado da renda fixa no primeiro trimestre.

“Temos um cenário desfavorável para emissões de títulos no mercado externo, diante da expectativa de aceleração da alta dos juros nos Estados Unidos, do fortalecimento do Real e da instabilidade gerada pela guerra na Ucrânia”, disse Laloni. “Isso tem incentivado as companhias a levantarem capital no mercado doméstico, principalmente por meio de ofertas de debêntures.”

Emissão de dêbentures no mercado interno foi recorde para o período

A emissão de debêntures no período, de acordo com o levantamento, somou R$ 55,9 bilhões, um novo recorde para janeiro a março na série histórica, que se iniciou em 2012. O valor é quase o dobro na comparação com o primeiro trimestre de 2021, segundo a Anbima.

Conforme os dados, cinco ofertas de debêntures se destacaram ao captar, em conjunto, R$ 18,1 bilhões no período. A Claro conseguiu R$ 4,3 bilhões, a Equatorial Energia outros R$ 4 bilhões, a Iguá RJ arrecadou R$ 4 bilhões. Já a emissão da CCR somou R$ 3,4 bilhões e a da Localiza R$ 2,5 bilhões.

Os melhores meses para o mercado de debêntures, de acordo com a Anbima, foram fevereiro e março, cuja emissão levantou mais de R$ 24 bilhões em cada um dos meses.

“Vimos um maior apetite de fundos de investimento por títulos corporativos nesse primeiro trimestre, especialmente por debêntures incentivadas, o que contribuiu para que o volume de debêntures negociadas no mercado secundário chegasse a R$ 62 bilhões”, ressaltou Laloni.

O executivo destacou o desempenho das notas comerciais, que tiveram a sua emissão desburocratizada pela Lei 14.195/21. “Entre janeiro e março, as notas comerciais atraíram 25 companhias e levantaram R$ 9,9 bilhões, o que as torna o segundo título com a maior captação no mercado brasileiro.”

Abra sua conta

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra