Coca-Cola é acusada de ‘racismo reverso’
Imagens de treinamento interno viralizaram nas redes com a recomendação de que funcionários devem 'tentar ser menos brancos"
23/02/2021A Coca-Cola vem recebendo críticas após a divulgação de imagens de um vídeo de treinamento interno que incentiva os trabalhadores a serem “menos brancos”.
A denúncia foi feita por um funcionário que divulgou nas redes sociais imagens de uma apresentação interna. As imagens motivaram intenso debate a respeito do suposto “racismo reverso” por parte da direção da gigante de refrigerantes.
As imagens foram retiradas de um vídeo de 11 minutos que fala sobre como confrontar o racismo, com base nos conceitos da escritora e consultora americana Robin DiAngelo. Ela faz uma análise crítica sobre a questão racial.
Uma das imagens que viralizaram nas redes sociais sugere que os funcionários devem “tentar ser menos brancos” (“Try to be less white”).
A empresa confirmou a publicação do vídeo na sua plataforma de formação, informou o jornal britânico Daily Mail. Segundo a Coca-Cola, o vídeo estava acessível na plataforma LinkedIn Learning, mas já foi retirado.
“Continuaremos a ouvir os nossos funcionários e a ajustar os nossos programas de aprendizagem de forma apropriada”, declarou a empresa. O vídeo foi removido da plataforma de aprendizagem do LinkedIn depois das críticas.
“Tente ser menos branco”
A mensagem da palestra era a de que os funcionários devem procurar ser “menos opressivos”, “menos arrogantes” e “menos ignorantes”.
A teoria da escritora Robin DiAngelo é de que pessoas brancas, mesmo bem intencionadas, são cúmplices em estruturas racistas, a menos que sejam ativamente “antirracistas”.
Seu livro “Fragilidade branca” (“White Fragility”), de 2018, apareceu nas listas de best-sellers da Amazon e Barnes & Noble no auge dos protestos raciais nos EUA no ano passado.
“Renunciar à própria supremacia racial”
Uma sinopse do livro sugere que “todos os brancos devem assumir sua responsabilidade de renunciar à sua própria supremacia racial”.
O programa de treinamento foi programado “para ajudar a construir um local de trabalho inclusivo”, justifica o comunicado da empresa.
O apresentador da Fox News Tucker Carlson exibiu os slides em seu programa, reclamando que “a América corporativa está ficando mais radical”.