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Como evitar o aquecimento das grandes cidades

Manual lançado na COP-26 apresenta estratégias de metrópoles para reverter o aumento de temperatura, que pode chegar a 4 °C no fim deste século

Vista de Paris

O ‘refrescamento’ de edifícios comerciais e residenciais com as águas do Sena ajuda a evitar o aumento da temperatura da capital francesa | Foto: Getty Images

As grandes cidades representam desafios para a redução do aquecimento do planeta. O tema ganhou atenção e um manual criado na Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP-26), que ocorre em Glasgow, na Escócia.

O  Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) alertou que no final deste século, muitas cidades podem aquecer até 4 °C se as emissões de gases de efeito estufa continuarem nos níveis atuais.

O manual, afirma o Pnuma, oferece perspectivas para refrescar cidades de maneira sustentável e igualitária.  

O compêndio foi intitulado “Vencendo o Calor: um Manual de Arrefecimento Sustentável para Cidades”. Ele reúne projetos bem sucedidos de reversão da curva para a o superaquecimento, como experências de cidades como Paris, Barcelona, Seul, Medellín e Toronto, entre outras, que podem ser replicadas em outros centros urbanos.

Paris reduz aquecimento em seus edifícios com água do rio Sena

É o caso do sistema criado em Paris nos anos 1990 e apromorado ndas últimas décadas com o programa de despoluição do rio Sena. A água do rio que atravessa a capital da França conserva em média uma temperatura de 8 ° C durante o ano.

Seu movimento é aproveitado por um sistema de torres que “borrifam” aágua fria sobre a fachada e empenas de edifícios. O resultado é a diminuição da temperatura de edifícios, sobretudo em dias quentes.

Paris anunciou também que pretende converter 21 ruas e 21 cruzamentos em áreas para atividades desmotorizadas até 2032. O projeto compreende uma em cada três ruas de um mesmo bairro da cidade, para facilitar a mensuração da melhora da qualidade do ar. 

Dos Estados Unidos, foram citados exemplos de uso de serviços de redução de calor com a transformação da cobertura de edifícios. Hoje, sobrevoando Nova York, por exemplo, é possível notar a prevalência de “telhados verdes” em parte importante dos bairros.

Seul, a maior cidade da Coreia do Sul restaurou o riacho Cheonggyecheon. O curso de água atravessa a cidade, substituindo 5,8 quilômetros de uma autoestrada que cobria o riacho por um corredor à beira-mar de uso misto.  

O corredor da orla diminuiu a temperatura para uma faixa entre 3,3 ° C e 5,9 ° C, em comparação com uma estrada paralela a poucos quarteirões de distância. 

Na Colômbia, a cidade de Medellín tem novos corredores verdes que seguem e restauram a geografia da área antes do desenvolvimento recente.  

Entre 2016 e 2019, a cidade criou 36 corredores, 18 ao longo das principais estradas e o mesmo número ao longo das hidrovias. As áreas cobrindo mais de 36 hectares com corredores verdes já tiveram reduções de temperatura de até 4 °C. 

Em Toronto, Canadá, as autoridades municipais implantaram o maior sistema de resfriamento da nascente de um lago. Desde 2004, o Deep Lake Water Cooling usa a água fria do Lago Ontário como fonte de energia renovável. 

Cidade chinesa reduziu até 3 ° C com sistema de resfriamento

A cidade chinesa de Guangzhou usa um sistema de resfriamento centralizado regional como parte de um centro urbano moderno e ecológico na área central do desenvolvimento da Nova Cidade do Rio das Pérolas. 

A temperatura ambiente na área central da Cidade Nova de Zhujiang foi reduzida entre 2° C a 3 ° C em comparação com o uso de sistemas de resfriamento frequentemente usados.

O Pnuma estima que o valor das iniciativas urbanas esteja entre US$ 5,3 bilhões a US$ 12,1 bilhões anuais.  

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