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Comunicação corporativa ganha importância na era das redes sociais

Fundador do Instituto McLuhan fala sobre a comunicação empresarial na era das redes sociais e da inteligência artificial e defende a importância do conteúdo de marcas

Andrew Mcluhan

“Ultrapassamos a ideia de uma aldeia global: agora é como se estivéssemos vivendo em uma casa compartilhada, com total interconexão”, afirma Andrew McLuhan | Foto: Divulgação

O termo “aldeia global” surgiu da década de 1960 como metáfora do encurtamento das distâncias, com o surgimento de meios de comunicação como o telégrafo, o telefone, o rádio e a televisão. Com o surgimento dos computadores e da internet, as pessoas ficaram ainda mais próximas,  como se a aldeia ficasse do tamanho de uma sala, afirma o especialista em comunicação Andrew McLuhan, neto de Marshall McLuhan, renomado teórico da comunicação que criou o conceito da aldeia global.

Andrew esteve no Brasil para participar do lançamento do livro Brand Publishing na Prática, de Paulo Henrique Ferreira, diretor executivo da Barões Brand Publishing, empresa pioneira no Brasil na estratégia de criação de canais de conteúdo de marcas. A Barões é a empresa responsável pela tecnologia do site O Especialista, do Banco Safra.

Segundo Paulo Henrique Ferreira, com as ferramentas de brand publishing as marcas passam a depender menos dos veículos tradicionais de comunicação e da publicidade para falar diretamente com seu público, dentro de sua própria plataforma. 

 Segundo Andrew McLuhan, o conceito de aldeia global criado por seu avô não mudou muito desde que foi introduzido, em 1958, mas sua relevância cresceu de forma significativa com as novas tecnologias. E deve crescer ainda mais com a nova revolução decorrente da inteligência artificial generativa.

“As mudanças na sociedade geralmente acontecem mais pelo surgimento de novas tecnologias de comunicação do que pelo conteúdo”, comenta o fundador do Instituto McLuhan. “Com a era digital, o mundo encolheu ainda mais e ultrapassamos a ideia de uma aldeia global: agora é como se estivéssemos vivendo em uma casa compartilhada, com total interconexão”, comenta ele.

Nesta nova era, ele defende a importância da produção de conteúdo proprietário das marcas, sobre temas nos quais elas são autoridades. Isso é importante em um mundo onde as plataformas de conteúdos se multiplicam e o grande volume de informação torna difícil discernir as informações realmente confiáveis, explica o especialista.

Esta fragmentação, segundo McLuhan, leva à formação de bolhas de informação, onde as pessoas consomem apenas aquilo que se alinha às suas crenças, deixando de abrir a mente para perspectivas diferentes.

Assim como Marshall McLuhan previu que a TV não mataria o rádio, Andrew McLuhan considera que a internet e as redes sociais também não vão tirar espaço da TV, embora tenham aberto novas janelas de comunicação capazes de transformar a sociedade.

“As redes sociais permitem que qualquer pessoa se comunique rapidamente com o mundo, mas a rapidez sacrifica a profundidade, e as pessoas vão continuar precisando de informações de qualidade sobre temas do seu interesse”, afirma o especialista.

Comunicação corporativa: informação é mais do que propaganda

Neste cenário, ele defende a importância do brand publishing como alternativa de comunicação mais completa, capaz de criar vínculos entre as marcas e o seu público e fornecedores. “Informação é mais do que propaganda, e com o conteúdo de marca as empresas podem reconstruir um pacto de confiança com o seu público, oferecendo informação confiável sobre as áreas em que atuam”.

Ele alerta para o risco do uso dos chamados influencers, pessoas famosas nas redes sociais que publicam conteúdos patrocinados. “O influencer chega e vai embora, e quando comete um erro pode colocar a marca em risco”, comenta.

Para o jornalista Paulo Henrique Ferreira, autor do livro “Brand Publishing na prática”, transformar uma marca em publisher não é apenas fazer dela uma produtora de conteúdo. “Trata-se de transformar a marca em dona de toda a cadeia de produção de seu conteúdo, desde o planejamento e a construção de uma plataforma – um hub de conteúdo – até a geração de negócios”. 

Andrew McLuhan festeja as novas tecnologias de comunicação e as possibilidades que elas abrem para a transformação da sociedade. “Vivemos dias incríveis, em que todas as ferramentas de comunicação estão disponíveis nas mãos das pessoas, podem ser levadas no bolso o tempo todo, e todos podem ter acesso imediato a informações de seu interesse”.

Ele acrescenta que as empresas precisam saber utilizar as novas possibilidades de interação com o seu público, através dos canais digitais. “Já não basta apenas anunciar ou apresentar seu produto ou serviço ao público, pois as pessoas querem mais do que isso, e a publicidade tradicional não consegue entregar a interação que as pessoas querem com as marcas que desejam”.

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