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Confiança do consumidor cai 2,7 pontos em janeiro

Queda do índice é a quarta seguida, provocada pelo avanço dos casos de covid-19 e fim do auxílio emergencial

Confiança do consumidor é abalada pela quarta vez consecutiva

Aceleração da pandemia e adoção de medidas mais restritivas de isolamento social preocupam consumidores, diz FGV | Foto: Getty Images

A confiança do consumidor recuou 2,7 pontos em janeiro em relação a dezembro de 2020, na série com ajuste sazonal.

A informação é da Fundação Getulio Vargas (FGV), que divulgou nesta terça-feira o Índice de Confiança do Consumidor (ICC).

O indicador foi a 75,8 pontos, no menor nível desde junho, quando começou a recuperação após o pior momento do indicador, causado pela pandemia de covid-19. Em médias móveis trimestrais, o ICC caiu 2,2 pontos.

Esta foi a quarta queda seguida no ICC, na esteira da segunda onda da pandemia e do fim do auxílio emergencial para trabalhadores informais.

Em nota, a FGV afirma que a recente adoção de medidas mais restritivas sobre o isolamento social pelo país, por conta da nova aceleração da pandemia, causa enorme preocupação nos consumidores sobre o futuro.

“Sem o suporte dos benefícios emergenciais, as famílias continuam postergando consumo e dependendo da recuperação do mercado de trabalho, que tende a ser lenta diante do cenário atual”, diz a nota.

Percepção quanto ao futuro

Em janeiro, houve piora tanto da percepção dos consumidores em relação ao momento atual quanto das expectativas para os próximos meses.

O Índice de Situação Atual (ISA) cedeu 1,6 ponto, para 68,1 pontos, o menor nível desde maio passado (65,0 pontos).

Já o Índice de Expectativas (IE) recuou pelo quarto mês consecutivo, desta vez em 3,5 pontos, para 82,1 pontos.

Entre os quesitos que compõem o ISA, o indicador que mede a percepção dos consumidores em relação à situação econômica geral caiu 1,5 ponto em janeiro, para 72,6 pontos, terceira queda consecutiva.

Outro componente do ISA que piorou é o da satisfação com as finanças familiares. O indicador recuou 1,8 ponto para 64,1 pontos, menor nível desde maio de 2020 (58,8 pontos).

Já entre os componentes do IE, o indicador que mede as perspectivas sobre a economia foi o que mais contribuiu para a queda do ICC no mês.

O recuo foi de 5,1 pontos, para 102,3 pontos, a maior variação negativa num mês desde abril passado, quando a queda foi de 18,0 pontos, e o ICC atingiu o mínimo histórico.

Confiança do consumidor por faixas de renda

Na análise desagregada por faixas de renda, só não houve recuo da confiança para as famílias com renda de até R$ 2,1 mil, cujo ICC aumentou 3,2 pontos.

Segundo a FGV, isso pode ser explicado pelo fato de, em dezembro, o ICC das famílias de menor renda ter caído 8,7 pontos.

Além disso, o ICC das famílias com renda até R$ 2,1 mil seguem registrando o menor nível entre todas as faixas de renda.

Já entre as famílias de maior poder aquisitivo, o ICC diminuiu 3,1 pontos, “influenciado pela piora nas expectativas em relação à situação econômica e ao mercado de trabalho”, diz a nota da FGV.

A Sondagem do Consumidor coletou informações de 1.712 domicílios, com entrevistas entre 2 e 23 de janeiro. (AE)

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