Conselho da Petrobras vota novos nomes do comando
Conselho de Administração vota destituição de Roberto Castelo Branco da presidência e deve eleger general Joaquim Silva e Luna nesta segunda
11/04/2021A Petrobras realiza Assembleia Geral Extraordinária (AGE) nesta segunda-feira, 12, para destituir o presidente Roberto Castelo Branco e eleger o general Joaquim Silva e Lula para o conselho. A aprovação permite a efetivação do general no comando da estatal.
Também serão definidos os novos membros do conselho. Acionistas poderão manifestar questionamentos sobre o processo de troca. A assembleia é soberana e pode impugnar nomes.
Comitê considera indicados inaptos
O Comitê de Pessoas da estatal, formado por membros do atual colegiado da empresa e por especialistas independentes, reuniu-se na quinta-feira e considerou inaptos dois dos 11 indicados para compor o Conselho de Administração. O motivo foi por terem atuado em empresas com relação direta com a Petrobras nos últimos três anos.
Márcio Andrade Weber teve o nome negado por ter sido diretor da Petroserv até agosto do ano passado. A empresa é uma fornecedora e operadora de sondas da Petrobras. Ele foi indicado pela União, controladora da companhia.
A ata da reunião do Comitê de Pessoas revela que o executivo teria argumentado que não prestou serviço diretamente à estatal. Mas a justificativa não convenceu os avaliadores do seu currículo, que recorreram à Lei das Sociedades Anônimas para respaldar a decisão de considerá-lo inelegível ao cargo.
Segundo a legislação, “são impedidas aquelas que ocupem cargos em sociedades que possam ser consideradas concorrentes no mercado ou que tiverem interesse conflitante”.
O mesmo argumento foi usado pelo comitê de avaliação para negar a indicação de Pedro Rodrigues Galvão de Medeiros por acionistas minoritários. Ele foi diretor do Citibank até dezembro do ano passado. O banco foi responsável pela abertura de capital da BR Distribuidora pela Petrobras.
Comitê faz ressalvas sobre nomes indicados
Além de negar os dois nomes, o comitê interno da estatal fez uma série de ressalvas aos demais candidatos. Os únicos a passar completamente no crivo dos avaliadores foram o atual presidente do Conselho de Administração da empresa, Eduardo Bacellar Leal Ferreira, Cynthia Santana Silveira, Murilo Marroquim e Leonardo Antonelli, que hoje tem um assento de representante dos minoritários no colegiado e poderá se candidatar à reeleição.
Os demais – Sonia Villalobos, Ana Silvia Matte, Ruy Flaks Schneider (atual membro do conselho), Marcelo Gasparino e José João Abdalla Filho – tiveram os nomes aprovados com ressalvas. Alguns deles estão ou estiveram, recentemente, ligados a empresas que podem ter conflito de interesse com a Petrobras. Outros são citados em processos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A renovação do Conselho de Administração da Petrobras acontecerá na próxima segunda-feira, na Assembleia Geral Extraordinária (AGE) de acionistas.
O atual colegiado será desfeito por determinação legal, que define que todos os conselheiros eleitos em voto múltiplo devem sair se um deles deixar o cargo. Isso acontecerá porque o presidente da empresa e membro do colegiado, Roberto Castello Branco, teve o mandato encerrado. O executivo será substituído pelo general Joaquim Silva e Luna, após ser alvo de sucessivas críticas do presidente da República, Jair Bolsonaro. (Com AE)