Construtoras devem mostrar resultados fortes nos balanços trimestrais
Maioria das construtoras sob cobertura do Banco Safra deve manter o desempenho considerado impressionante no 4º trimestre de 2024, apesar da piora da economia
17/02/2025
Apesar das tendências macroeconômicas desfavoráveis, as vendas das construtoras no nicho de média e alta renda não mostraram sinais de desaceleração | Foto: Getty Images
Os balanços das construtoras brasileiras referentes ao quarto trimestre de 2024 devem mostrar resultados fortes, segundo os especialistas do Banco Safra. Eles apontam que a maioria das construtoras sob cobertura do banco deve manter o desempenho ‘impressionante’ visto ao longo de 2024, mesmo que a perspectiva macroeconômica tenha se deteriorado significativamente.
As construtoras de baixa renda devem continuar a se beneficiar do forte desempenho de vendas nos últimos trimestres, o que, juntamente com níveis sólidos de margem bruta, deve impulsionar a expansão dos lucros das empresas.
Enquanto isso, apesar das tendências macroeconômicas desfavoráveis, as vendas no nicho de média e alta renda não mostraram sinais de desaceleração, pois os lançamentos e as vendas continuaram a crescer, impulsionando os resultados financeiros das empresas e impulsionando a expansão do ROE para a maioria das empresas sob cobertura do Safra.
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As construtoras de baixa renda devem manter a tendência positiva dos trimestres anteriores, segundo relatório do Safra. O ambiente favorável para habitação de baixa renda continua a impulsionar números operacionais inspiradores para todas as cinco desenvolvedoras de baixa renda listadas (lançamentos e vendas líquidas aumentaram 41% A/a e 30% A/a, respectivamente), impulsionando suas receitas.
Isso, juntamente com uma perspectiva favorável para as margens (os orçamentos das construtoras já incorporam estimativas de inflação mais altas), deve impulsionar uma expansão média de 26% no lucro líquido.
A Direcional (DIRR3) deve liderar o ranking com um aumento de 62% no lucro líquido e uma expansão de 12pps no ROE. Cury (CURY3) e Plano & Plano (PLPL3) devem apresentar um crescimento médio de 9% no lucro líquido e 52% no ROE (58% para CURY e 45% para PLPL), o que, por sua vez, ainda implica uma contração de ~13pps principalmente devido a comparações mais difíceis.
A Tenda (TEND3) deve manter sua trajetória de recuperação à medida que os lançamentos recentes com margens mais altas ganham mais participação nas receitas, resultando em um aumento médio de +6,4pps A/a na margem bruta e um ROE melhorado de 23% (+33pps A/a).
Finalmente, a MRV (MRVE3) deve apresentar resultados fracos no 4T, pois os níveis mais altos de margem bruta (+3,0pps A/a) devem ser compensados pelo maior endividamento da empresa e pelo prejuízo líquido de R$120 milhões da Resia após as recentes vendas de ativos.
Resultados fortes das construtoras do segmento de média e alta renda
Embora o ciclo de aperto deva continuar a pressionar as taxas de hipoteca, os níveis atuais mais baixos de estoque mantêm o apetite das empresas por lançamentos futuros, já que as vendas não mostraram sinais claros de desaceleração.
As vendas líquidas em no universo de cobertura do Banco Safra aumentaram impressionantes 46% na comparação anual, o que deve impulsionar uma expansão média de 42% na receita.
Isso, juntamente com níveis saudáveis de margem bruta, deve levar a um crescimento médio de 45% A/a no lucro líquido e uma expansão de 5pps A/a no ROE.
Cyrela (CYRE3) e Lavvi (LAVV3) devem roubar a cena, com seu desempenho impressionante de vendas trimestrais contribuindo para um ROE de 21% e 36%, respectivamente, implicando uma expansão de ~8pps A/a.
Eztec (EZTC3) e Moura Dubeux (MDNE3) também devem apresentar resultados sólidos no 4T, com um crescimento de ~40% nos lucros e 4pps no ROE (+6pps para EZTC e +2pps para MDNE).
Finalmente, a Even (EVEN3) deve apresentar números fracos, que devem ser compensados por um impressionante rendimento anualizado de FCF de 31%.

