Construtoras Cury e MRV superam projeções no trimestre
A Cury relatou resultados operacionais excelentes, que excederam todas as estimativas; MRV registra melhora, mas fluxo de caixa preocupa
11/07/2024As construtoras Cury e a MRV relataram suas prévias operacionais do segundo trimestre de 2024. A Cury relatou resultados operacionais excelentes, que excederam todas as estimativas dos especialistas do Branco Safra.
O trimestre foi marcado pelos mais altos lançamentos e desempenho de vendas de todos os tempos. Além disso, a empresa registrou uma impressionante geração de caixa de R$ 152 milhões, o que implica um rendimento anualizado de fluxo de caixa líquido de 10%.
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A empresa lançou 8 projetos no segundo trimestre, representando R$ 1,68 bilhão em PSV líquido (+12% t/t; +47% a/a; +6% vs. Safra). Quanto às suas vendas líquidas, elas ficaram 12% acima da estimativa do Safra, com um recorde histórico de R$ 1,63 bilhão (+23% t/t e +44% a/a), alimentando assim uma excelente proporção trimestral de velocidade de vendas de 52,9% (+4,5 pps t/t e +7,7 pps a/a), com 4,0 pps abaixo da estimativa enquanto continua a mostrar uma das maiores taxas de velocidade de vendas do setor.
Além disso, apesar da maior atividade de lançamento de todos os tempos, a empresa aumentou seu banco de terrenos em 13% t/t, para R$ 17,6 bilhões (~ 3,6 anos de lançamentos nos últimos 12 meses), enquanto terminou o 2T24 com uma impressionante geração de caixa de R$ 152 milhões (+ 40% a/a; + 13% vs. Safra), o que implica um rendimento anual de 9%.
Avaliação do Safra sobre os resultados da Cury
O Safra espera uma reação positiva do mercado, considerando os números de desempenho de vendas e fluxo de caixa mais fortes do que o esperado da Cury. Além disso, o banco mantém a recomendação de Compra para CURY3, destacando o valuation ainda atraente da empresa de 8,3x P/ L para 2025E, enquanto espera que ela continue entregando um dos melhores resultados em todo o setor.
Resultados da MRV
A MRV & Co relatou outro conjunto de resultados operacionais mistos, embora melhorados, segundo avaliação do Safra. Por um lado, as vendas líquidas da empresa sustentaram o forte impulso dos trimestres anteriores, atingindo um recorde histórico de R$ 2,5 bilhões no segmento de desenvolvimento, traduzindo-se em um forte índice de velocidade de vendas de 21%.
Por outro lado, a MRV continua publicando números de fluxo de caixa abaixo do esperado, com a queima de caixa na operação brasileira atingindo um valor inferior a R$ 280 milhões (ex entrada líquida de vendas a receber), embora ainda apresentando uma melhora significativa em relação à queima de caixa de R$ 370 milhões registrada no 1T.
Resultados operacionais ‘impressionantes’
Os lançamentos trimestrais da MRV representaram R$ 2,3 bilhões no PSV líquido (+46% t/t e +81% a/a), enquanto suas vendas líquidas atingiram sólidos R$ 2,8 bilhões no 2T24 (+32% t/t e +8% a/a).
Quanto ao segmento de desenvolvimento, sustentou o forte impulso dos trimestres anteriores, com vendas líquidas ficando 8% acima da estimativa do Safra, com um recorde histórico de R$ 2,5 bilhões (+19% t/t e +14% a/a), além de registrar um aumento de 1% t/t e 11% a/a em seu preço médio de vendas, para R$ 251k.
Assim, sua relação de velocidade de vendas trimestral atingiu um forte 20,6% (+3,2pps t/t e +4,7pps a/a), 1,6pps acima da nossa estimativa. O fluxo de caixa permanece um pouco preocupante, apesar de mostrar uma melhoria.
A MRV encerrou o trimestre com uma queima de caixa consolidada de R$ 380 milhões (vs. estimativa de R$ 305 milhões da Safra), com R$ 370 milhões atribuídos à Resia, dada a ausência de vendas de desenvolvimento, levando a uma geração de caixa de R$ 9 milhões no segmento de desenvolvimento.
No entanto, o Safra prevê que a MRV se beneficiou de ~R$290 milhões na entrada de caixa líquida das vendas de recebíveis, o que implica uma queima de caixa de R$280 milhões das operações principais, ficando acima da estimativa de queima de caixa de R$252 milhões, mas ainda mostrando uma melhoria de ~R$90 milhões no t/t.
O desempenho fraco reflete principalmente uma perda de R$ 106 milhões com a mudança nos critérios de pagamento da Caixa para crédito associativo, bem como de R$ 150 milhões (estimativa da Safra) em pagamentos em dinheiro de aquisições de terras.
Avaliação do Safra sobre os resultados da MRV
Apesar de mostrar uma melhoria em relação ao trimestre anterior, os números de fluxo de caixa da MRV permanecem um pouco preocupantes, retardando o ritmo de sua recuperação esperada.
No entanto, o Safra mantém a recomendação de Compra para MRV devido seu valuation atrativo de 0,6x 2024E P/VP, enquanto destaca a melhoria contínua no desempenho operacional da empresa nos últimos trimestres, o que deve beneficiar seus resultados futuros.