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Banco Central mantém juro e alerta para piora da expectativa da inflação

Comitê de Política Monetária deixa taxa Selic em 13,75% e adverte que o cenário interno ainda não permite o início do ciclo de baixa da taxa básica

Banco Central do Brasil, em Brasília

Banco Central utiliza uma série de hipóteses para sua projeção de inflação | Foto: Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu manter a taxa de juros básica (Selic) em 13,75% ao ano. Foi quarta reunião seguida que o órgão decide permanecer com os juros neste patamar.

Em dezembro, última reunião do Copom, a autoridade monetária já indicava a estabilidade da Selic em 13,75% por “período suficientemente prolongado”. Mas também manteve o alerta de que, caso a desinflação não ocorra como o esperado, os juros podem voltar a subir.

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Em nota, o Copom informou que a conjuntura, particularmente incerta no âmbito fiscal e com expectativas de inflação se distanciando da meta em horizontes mais longos, demanda maior atenção na condução da política monetária.  “O Comitê avalia que tal conjuntura eleva o custo da desinflação necessária para atingir as metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional. Nesse cenário, o Copom reafirma que conduzirá a política monetária necessária para o cumprimento das metas”, informou.

Segundo a entidade, a decisão reflete a incerteza ao redor de seus cenários e um balanço de riscos com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui os anos de 2023 e, em grau maior, de 2024. “Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.”

Confira a íntegra do documento aqui.

A manutenção da Selic em 13,75% já era esperada pelo mercado. A expectativa é de que a queda da Selic deve se tornar realidade somente a partir do segundo semestre deste ano. As estimativas dão conta de que ao fim de 2023, os juros no Brasil estejam em torno de 12,50% ao ano.

“A inflação parece estar chegando a um ponto de inflexão. Lógico que ainda existem várias dúvidas, principalmente em relação a desoneração de combustíveis e orçamento que está sendo implementado pelo governo e que gera expectativa inflacionária”, disse, Ricardo Jorge, da Quantzed. “Mas de maneira geral o comportamento dos preços tem sido mais benéfico do que se esperava há um tempo atrás.”

Para Caio Canez de Castro, da GT Capital, o BC está no rumo certo, pois os cenários que se apresentam ainda são muito inconsistentes e qualquer tomada de decisão agora pode resultar em uma desestabilização no mercado de juros. “É essencial no nosso atual contexto alguma estabilidade para que tanto o governo como também o Banco Central possa ter cenários mais consistentes para os próximos passos”, disse.

Depois de quedas nos últimos meses, as expectativas de inflação têm subido. A última edição do boletim Focus elevou a previsão de inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 5,48% para 5,74% em 2023. Há um mês, as projeções para o IPCA estavam em 5,31%.

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