Copom: cresce a chance de alta da Selic no 1º semestre

Especialistas do Banco Safra acreditam que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central pode elevar a taxa básica de juros, a Selic, ainda no primeiro semestre deste ano.

Na quarta-feira, 20, o Copom decidiu por unanimidade manter o patamar de 2% para a Selic. Este é o menor nível da história.

Entretanto, os dirigentes do Banco Central derrubaram o forward guidance (prescrição futura, do inglês).

O instrumento era usado pelo BC como forma de sinalizar ao mercado comprometimento com a não elevação da taxa de juros.

A prescrição e a manutenção dos estímulos monetários, no entanto, continuariam enquanto determinadas condições fossem satisfeitas.

Inflação e alta da Selic

Para os analistas de macroeconomia do Safra, a deterioração do cenário de inflação pode fazer com que o BC promova uma alta da Selic no curto prazo.

A previsão do banco anterior à reunião do Copom desta quarta era de que o aperto na política monetária não ocorreria dentro deste semestre, mesmo com o risco de prolongamento da pandemia.

Uma eventual deterioração das contas públicas, avalia o Safra, pode levar ao início do ciclo de alta da Selic já na próxima reunião, em março. Sem isso, o cenário mais provável é de alta no segundo trimestre.

O que diz o Copom

Em seu comunicado sobre a reunião de quarta-feira, o Copom destacou as expectativas para a inflação deixaram de estar suficientemente abaixo da meta.

Essas expectativas eram uma das principais condições para que o forward guidance continuasse a existir.

No entanto, o Copom evitou carimbar a mudança de rumo da Selic no curto prazo.

Em seu comunicado, o comitê informou que “a conjuntura econômica continua a prescrever, neste momento, estímulo extraordinariamente elevado frente às incertezas quanto à evolução da atividade”.

A próxima reunião do Copom acontecerá entre 16 e 17 de março