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Coronavac alcança eficácia mínima exigida

Governo de São Paulo não divulga resultados dos testes, mas garante que a vacinação começa em 25 de janeiro

Vacina e seringa

Laboratório Sinovac, da China, pediu prazo para novas análises / Foto: Getty Images

O governo de São Paulo e o Instituto Butantan anunciaram nesta quarta-feira, 23 de dezembro, que a Coronavac, vacina desenvolvida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, atingiu o índice mínimo de eficácia exigido pelas agências regulatórias (50%).

O governo não apresentou o percentual exato de eficácia do imunizante nem demais dados do estudo final. A justificativa é a de que a Sinovac solicitou a base de dados para mais análises.

A promessa do Butantan era a de que, após a apresentação, os dados seriam submetidos à Agência Nacional de Vigilância Sanitária, tanto para o pedido de registro definitivo do imunizante quanto para a autorização de uso emergencial. Mas isso deverá ficar para janeiro.

Os testes de fase 3 da Coronavac são realizados simultaneamente no Brasil, na Turquia e na Indonésia.

Representantes do governo paulista e do Butantan argumentaram que os dados de eficácia verificados entre os voluntários brasileiros foram diferentes dos vistos nos outros países onde a vacina estava sendo testada e que, por isso, a Sinovac solicitou uma reavaliação.

Limiar da eficácia

“Eles entenderam o fato de nós termos eficácia superior a 50%, porém diferente de outros países em que essa vacina está em uso, por isso merece uma reavaliação. O fato disso acontecer transmite isonomia”, disse o secretário estadual da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, sem detalhar se a eficácia medida no Brasil foi superior ou inferior à de outros locais.

O diretor do Butantan, Dimas Covas, afirmou que, por questões contratuais, o Instituto atendeu o pedido da Sinovac de não divulgar os resultados até a reavaliação, que deverá ser concluída somente em 15 dias.

“Atingimos o limiar da eficácia, que permite o processo de solicitação de uso emergencial, seja aqui no Brasil ou na China”, disse Covas.

Apesar do novo atraso, o Butantan e o governo de São Paulo afirmam que o cronograma de vacinação contra a covid-19 no estado está mantido, com previsão de início no dia 25 de janeiro.

Medidas duras contra a pandemia

A vacina é aguardada com ansiedade, ainda mais com o recrudescimento da doença no Brasil e em outros países. Diante da piora dos números locais nas últimas semanas, o governo João Doria regrediu o Plano São Paulo de flexibilização econômica para a fase vermelha, a mais restritiva. A medida por ora é válida entre os dias 25 e 27 de dezembro e 1º a 3 de janeiro. O comércio e todas as atividades consideradas não essenciais ficarão fechados nesses intervalos.

Para a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo, as novas medidas são duras, porém, adequadas. “Venho a público para afirmar que as novas restrições ao funcionamento do varejo vão aumentar as dificuldades do setor, mas que, considerando a situação atual de agravamento da pandemia, fazem-se necessárias”, diz o presidente da Associação Comercial de São Paulo e da Facesp, Alfredo Cotait Neto.

Enquanto isso, na Europa, a preocupação é com as novas cepas do vírus que têm sido identificadas. O primeiro-ministro Boris Johnson impôs regulamentos mais rígidos em áreas da Inglaterra em um esforço para erradicar a cepa mutante do coronavírus que está se espalhando rapidamente por todo o país.

Sussex, Oxfordshire, Suffolk, Norfolk, Cambridgeshire, Waverley in Surrey, a maior parte de Hampshire e o restante de Essex agora enfrentarão as regras mais rígidas do sistema de quatro níveis do governo. Elas entrarão em vigor a partir das 00h01 de 26 de dezembro, disse o secretário de Saúde, Matt Hancock, em uma entrevista coletiva à imprensa nesta quarta-feira, reportada por agências internacionais.

As regiões do sudeste da Inglaterra se juntam a Londres na ordem de fechar lojas não essenciais e reduzir a socialização.

A nova cepa “está se espalhando a uma taxa perigosa”, disse Hancock, colocando o aumento de casos na semana passada em 57%. “A direção é clara e, em muitos casos, bastante rígida.”

A nova cepa do coronavírus, que surgiu no sudeste da Inglaterra em setembro, alarmou cientistas e governos ao redor do mundo porque análises iniciais sugerem que pode ser até 70% mais transmissível que outras cepas circulantes.

“Este Natal e o início de 2021 serão difíceis”, afirmou Hancock. “A nova variante torna tudo muito mais difícil porque se espalha muito mais rápido. Mas não podemos desistir agora.”

Hancock também disse que dois novos casos de uma variante ainda mais transmissível originária da África do Sul foram detectados até agora no Reino Unido. Ele disse às pessoas que retornaram recentemente da África do Sul para entrarem em quarentena.

(Com AE)

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