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Mercado projeta última alta de juros nos EUA na reunião do Federal Reserve no fim do mês

O resultado da inflação aumentou a percepção de que o Federal Reserve pode optar por uma pausa no aperto dos juros

Vista de Ny

Após a divulgação, o mercado reduziu a probabilidade de os juros nos EUA ficarem acima da faixa de 5,25% a 5,50% até o final do ano | Foto: Getty Images

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos subiu 0,2% em junho ante maio, segundo dados com ajustes sazonais publicados nesta quarta-feira pelo Departamento do Trabalho. Apenas o núcleo do CPI, que exclui os voláteis preços de alimentos e energia, também avançou 0,2% na comparação mensal de junho, vindo igualmente abaixo do consenso do mercado, de ganho de 0,3%. Na comparação anual, o CPI dos EUA subiu 3% em junho, desacelerando em relação ao aumento de 4% de maio. Já o núcleo do CPI teve incremento anual de 4,8% no mês passado, também perdendo força ante o avanço de 5,3% de maio. O núcleo é uma das principais medidas acompanhadas pelo Federal Reserve em sua decisão de política monetária, pois ele fornece indicações mais precisas sobre a variação dos preços no país.

O resultado da inflação aumentou a percepção de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) pode optar por uma pausa no aperto monetário do país, como ocorreu em junho, o que estimulou o apetite ao risco nos mercados. Depois da pausa no mês passado, Wall Street espera uma nova alta de 0,25 ponto porcentual na reunião no próximo dia 27, mas vê esse como o último ato da autoridade na batalha contra a alta do custo de vida na maior economia do mundo – após os estragos deixados pela covid-19.

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O resultado da inflação nos Estados Unidos veio dentro do esperado por economistas consultados pela Bloomberg, que estimavam um aumento de 0,2% da inflação no mês na leitura geral e de 0,2% para o núcleo. Em 12 meses, o CPI acumula alta de 3,0% até junho, abaixo do resultado de maio (4,0%), uma desaceleração maior do que a esperada por economistas, que estimavam
resultado de 3,1%. Já o núcleo teve aumento de 4,8% em 12 meses até junho (ante 5,3% do resultado de maio).

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que os dados do CPI, divulgados mais cedo, trazem “evidências encorajadoras” de que a inflação está caindo e que a economia americana permanece forte. Em comunicado divulgado, Biden ressaltou que o CPI anual vem recuando de forma constante nos últimos 12 meses, e está agora em 3%.

“Fizemos esse progresso enquanto o desemprego segue próximo de mínimas recordes”, afirmou Biden, prometendo continuar lutando para reduzir os custos para as famílias.

Alívio na inflação aumenta chance de pausa no aperto monetário nos Estados Unidos

“O CPI deu uma folga nos mercados, é o principal condutor hoje, não tem muito além disso. O dado empolga pois sugere que o Fed pode parar de subir os juros, só não se sabe onde vai parar. Se aparecem mais dados mostrando arrefecimento da inflação, tende a reforçar apenas mais um aumento do juro neste mês nos Estados Unidos”, avalia Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

Após a divulgação, o mercado reduziu a probabilidade de os juros nos EUA ficarem acima da faixa de 5,25% a 5,50% até o final do ano. De acordo com ferramenta do CME Group, o mercado dá como quase certa (92,4% de probabilidade) uma elevação de 25 pontos-base, ao intervalo de 5,25% a 5,50%, na reunião de julho, patamar que seria mantido até dezembro (58,7% de probabilidade).

“O CPI veio levemente abaixo das expectativas, tanto no índice cheio quanto no núcleo. O mercado está reagindo bem porque tem chances de o Fed não fazer a alta após a reunião de julho”, avalia Bruno Takeo, analista da Ouro Preto Investimentos. (AE)

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