Novas opções para investimentos em crédito privado
CRAs de Norsa e Dori, e o CRI de Brookfield entram na carteira recomendada do Banco Safra de crédito privado
03/08/2022A carteira de crédito privado recomendada pelo Banco Safra do mês de agosto conta com três alterações na carteira frente a julho: entraram os CRAs de Norsa e Dori, e o CRI de Brookfield, e saíram o CRA de Marfrig e as debêntures da VLI e Unidas, devido principalmente à baixa liquidez para distribuição desses ativos.
O Banco Safra reforça que a carteira é apenas de entrada, e a visão de crédito para as companhias retiradas se mantém positiva. Em termos setoriais, a carteira está bem diversificada, exposta aos setores alimentício, bebidas, imobiliário, transporte ferroviário e elétrico. Além do bom perfil de crédito dos nomes indicados na carteira, o Safra salienta que suas emissões apresentam retornos atrativos.
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Sobre os novos nomes recomendados, é válido comentar que a Solar possui um contrato de exclusividade para envase e distribuição de produtos Coca-Cola em 3 regiões do país, garantindo previsibilidade de receitas. A Dori conta com um extenso portfólio de snacks e balas, com marcas líderes nesse mercado.
Já a Brookfield, está entre as maiores gestoras de investimentos do mundo e possui longo histórico de atuação no Brasil. Mais recentemente, a gestora canadense vem expandindo sua atuação no segmento imobiliário do país.
Visão macro e mercado de crédito
De acordo com os indicadores de alta frequência de maio, notamos um aquecimento da atividade econômica no país. A indústria de transformação avançou 0,8% (maio vs. abril), o varejo ampliado cresceu 0,2% e o setor de serviços aumentou em 0,9%, com destaque para o segmento serviços prestados às famílias.
Entretanto, para os próximos meses, as incertezas quanto ao grau de disseminação da inflação, aperto monetário e, no lado externo, a persistência da guerra na Ucrânia, pandemia na China e a desaceleração econômica, reforçam nossa cautela quanto à continuidade do crescimento econômico nacional.
Inflação e juros
A prévia da inflação (IPCA-15) de julho subiu 0,13%, uma forte desaceleração frente a junho, quando registrou 0,69%. Esse resultado é explicado em grande parte pela redução do ICMS sobre a gasolina, energia elétrica e comunicação. Por outro lado, o grupo de alimentos teve uma significativa alta de 1,12%, contra 0,08% em junho. O índice de difusão da inflação caiu levemente, para 67,8%.
Política Monetária e Risco Fiscal. A inflação persistente e crescimento do risco fiscal, tem levado o mercado a considerar uma Selic acima de 13,75%, até então visto como o limite do aperto monetário. Nesse ritmo, o juro real no país (atualmente o maior do mundo) torna-se bastante custoso e piora o cenário fiscal, já afetado pelos gastos extraordinários do governo, apesar da melhora na arrecadação e resultado positivo das estatais.
Mercado de Crédito Privado
Até jun/22, as emissões de debêntures totalizaram R$134 bilhões, acima do registrado no mesmo período de 2021, quando ficou próximo de R$100 bilhões. Neste ano, observamos um fluxo forte de investimentos para o crédito privado, favorecendo a taxa paga pelas empresas na emissão.
No mercado secundário, o volume negociado de debêntures bateu R$31,2 bilhões, frente a R$38,7 bilhões em junho. O spread médio no curto prazo vem apresentando queda acentuada, influenciado mais pelo movimento de abertura das NTN-B, enquanto no médio e longo prazo observamos mais estabilidade nas curvas.