Crescimento no primeiro trimestre foi puxado pelo setor de serviços
O PIB de Serviços avançou 1% no primeiro trimestre, apesar da alta dos juros e da inflação no período; setor representa 70% da economia do País
02/06/2022O avanço de 1% registrado no primeiro trimestre de 2022 ante o quarto trimestre de 2021 no Produto Interno Bruto (PIB) do País foi impulsionado pelo desempenho do setor de serviços, que se recupera da pandemia apesar da alta dos juros e da inflação no período. O PIB de Serviços avançou 1% no primeiro trimestre de 2022 ante o quarto trimestre de 202. O setor que representa 70% da economia do País, segundo os dados das Contas Nacionais apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Dentro dos serviços, o maior crescimento foi isubgrupo outros serviços, que tiveram alta de 2,2%, no trimestre, e comportam muitas atividades dos serviços prestados às famílias, como alojamento e alimentação. Muitas dessas atividades são presenciais e tiveram demanda reprimida durante a pandemia”, explicou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, em nota divulgada pelo instituto. Dentro dos serviços, os Transporte, armazenagem e correio cresceram 2,1%.
Saiba mais
- Economia brasileira cresce 1% no primeiro trimestre, abaixo do esperado
- PIB cresce 1%, mas desafios à economia persistem
- Invista com segurança e baixo valor de aplicação
“Houve aumento do transporte de cargas, relacionado ao aumento do e-commerce no país nesse período, e do de passageiros, principalmente pelo aumento das viagens aéreas, outra demanda represada na pandemia”, justificou Rebeca, na nota.
Já o PIB da agropecuária recuou 0,9% no primeiro trimestre de 2022 ante o quarto trimestre de 2021. A queda foi puxada pela estiagem na região Sul, que reduziu a estimativa da produção de soja, principal cultura da lavoura brasileira.
O PIB da indústria teve apenas ligeira alta de 0,1% no primeiro trimestre. Embora a atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos tenha expandido 6,6%, houve uma queda de 3,4% nas indústrias Extrativas (-3,4%).
Setor de serviços compensou queda da indústria e do agronegócio
As extrativas puxaram o PIB industrial para baixo, devido a um recuo na produção de minério de ferro. “Como a Indústria da Transformação teve alta (1,4%) e tem bastante peso no grupo, isso equilibrou o resultado da Indústria”, apontou Rebeca Palis.
Pela ótica da demanda, o consumo das famílias cresceu 0,7% no primeiro trimestre deste ano ante o quarto trimestre do ano passado, enquanto o consumo do governo teve ligeiro aumento de 0,1%.
“No consumo das famílias, a demanda também está relacionada aos serviços que são principalmente feitos de forma presencial, como as atividades ligadas a viagens”, justificou Rebeca Palis, na nota do IBGE.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) caíram 3,5%, devido a uma diminuição na produção e importação de bens de capital, enquanto a construção registrou crescimento no período.
No primeiro trimestre, a taxa de investimento foi de 18,7% do PIB, abaixo dos 19,7% registrados no mesmo período do ano passado. (AE)