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Dasa tem lucro fraco e margens sob pressão no quarto trimestre

Resultado menor ocorreu em função dos volumes mais baixos em sua divisão de laboratórios e aumento dos custos de materiais

Laboratório

A divisão laboratório teve receita líquida de R$ 1,56 bilhão, recuo de 11% ante o trimestre imediatamente anterior | Foto: Getty Images

A Dasa (DASA3) reportou lucro mais fraco do que o esperado no quarto trimestre devido à pressão de margem acima do previsto, resultante de volumes mais baixos em sua divisão de laboratórios, do aumento dos custos de materiais e da integração de aquisições com margens menores. Com isso, o lucro por ação (LPA) ajustado apresentou queda de 614% no comparativo anual, de R$ 0,25 a menos do que o preço anterior.

Segundo o Banco Safra, o destaque positivo foi o crescimento significativo de usuários únicos em sua divisão de hospitais e na plataforma Nav, o que indica que a estratégia da empresa de integrar horizontalmente a cadeia de valor de serviços de saúde pode estar começando a dar frutos.

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A chave para a tese de investimento da Dasa, daqui para frente, deve ser a integração eficiente dos ativos recém adquiridos com o consequente impacto positivo nas margens operacionais.

Com isso, o banco Safra informou que tem classificação de compra para ações da Dasa com preço alvo de R$ 62 por ação até o final de 2022, pois se espera uma melhora significativa de margem resultante de ganhos de eficiência dos negócios recém-adquiridos de integração.

No entanto, de acordo com o Safra, esse processo envolve riscos de execução e o baixo volume de negociação da ação também pode representar um desafio para os investidores institucionais.

A receita líquida consolidada atingiu R$ 2,67 bilhões, 2% abaixo do trimestre anterior e 2% abaixo das estimativas do banco. A receita líquida da divisão de Hospitais e Oncologia foi de R$ 1,11 bilhão, 11% maior que o trimestre imediatamente anterior e 40% acima no comparativo anual, devido ao impacto positivo das aquisições.

A empresa expandiu o total de leitos para 3.331, alta de 25% em relação ao terceiro trimestre. A taxa de utilização de leitos foi de 81% enquanto a taxa de ocupação atingiu 75%, 130bps a baixo do terceiro trimestre e 510bps acima no comparativo anual, pois teve menos pacientes covid e procedimentos eletivos ficaram abaixo dos níveis normais.

O faturamento médio ficou em R$ 7,84 bilhões, queda 5% na comparação trimestral. A divisão laboratório teve receita líquida de R$ 1,56 bilhão, recuo de 11% ante o trimestre imediatamente anterior e 3% abaixo das estimativas do Safra.

O número foi impulsionado pela queda nos testes relacionados à covid. Esses exames representaram 6,8% da receita bruta no quarto trimestre de 2021 ante 15,3% no no quarto trimestre de 2020, pelo adiamento dos reajustes de preços para o início de 2022.

Com isso, o ticket médio apresentou queda de 3% ante o mesmo trimestre de 2020, enquanto o número de usuários diretos ficou 3% abaixo da previsão do Safra e 6% menor que o trimestre imediatamente anterior. Segundo o Safra, isso levou a uma menor alavancagem operacional em ambas as unidades de negócios.

A margem bruta consolidada caiu 592bps em relação ao terceiro trimestre e ficou 228bps abaixo das estimativas do banco, com custos de materiais crescentes e a integração de aquisições de margens menores em sua divisão de Hospitais. As despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A) ficaram 3% abaixo do apurado no quarto trimestre de 2020 e contra a projeção do banco.

Como resultado, a margem EBITDA ajustada reduziu 701bps no comparativo trimestral e 296bps no comparativo anual, para 10,0%. Com isso, o resultado ficou 334bps abaixo das estimativas do Safra. O EBITDA Ajustado foi de de R$269 milhões.

Segundo o Safra, o resultado final foi impactado pelo aumento das taxas de juros, levando a um prejuízo líquido de R$ 174 milhões. O prejuízo líquido ajustado atingiu R$138 milhões no período.

Revisão no setor de saúde

O Safra informou que está atualizando as estimativas para os hospitais brasileiros e incorporando as mudanças recentes no cenário macroeconômico. Segundo o banco, o setor ainda é uma oportunidade atraente, com tendência de crescimento secular para a saúde, espaço para consolidação e equipes de gestão de alto nível.

O recente aumento no custo de capital pode impactar o valor de projetos de crescimento de longo prazo e os spreads de ROIC em alguns negócios de fusão e aquisição, especialmente se os preços dos ativos permanecerem elevados.

No entanto, esses players possuem um histórico sólido e provavelmente continuarão gerando valor para os acionistas por meio de sua execução de alto nível, mesmo em um ambiente macroeconômico mais desafiador.

Diante disso, segundo o banco, a ordem de preferência hoje é Dasa (DASA3), pela combinação de valuation atrativo e potencial de crescimento, levando a uma compressão de múltiplos significativa nos próximos anos, Rede D’Or (RDOR3), pelos riscos mais baixos à medida que o crescimento é distribuído entre vários projetos pequenos, e Mater Dei (MATD3), pelo forte potencial de alta proveniente do crescimento e uma potencial reclassificação de múltiplos, mas com riscos mais elevados, pois o crescimento está mais concentrado em menos projetos.

A maior parte das mudanças nas estimativas, de acordo com o Safra, se deve às novas premissas macroeconômicas, levando a taxas de juros mais altas do que havia anteriormente no modelo do banco.

Agora, a taxa Selic em 9,25% no fim de 2021, 10,25% no fim de 2022 e 6,5% em 2023. Além disso, o banco assumiu custo médio ponderado de capital (WACC) mais alto, o que impactou o valor presente dos fluxos de caixa.

Vale a pena investir em DASA3?

  • Infraestrutura robusta e presença nacional;
  • Tem a maior escala no segmento de diagnósticos e a segunda maior em hospitais;
  • Modelo voltado a fornecer serviços eficientes e de alta qualidade, reduzindo custos de seguradoras e melhorando os resultados clínicos;
  • Oferece uma solução eficiente para empresas não verticalizadas do setor de saúde;
  • Espaço para continuar consolidando o mercado;
  • Alocação rápida dos recursos do re-IPO para o plano de expansão.

Quais são os principais riscos de DASA3?

  • Sensível ao cenário macroeconômico, principalmente empregos formais;
  • Participantes integrados verticalmente vêm ganhando muita participação de mercado;
  • Competição cada vez mais agressiva na expansão orgânica e de fusões e aquisições; e
  • Pode depender de integração bem-sucedida de fusões e aquisições e aumento de margens.

Sobre a Dasa (DASA3)

A família Bueno adquiriu em 2014 o controle acionário da sociedade originada nos anos de 1960. Pedro Bueno se tornou o CEO em 2015, iniciando seu legado de construção do ecossistema de saúde da Dasa (DASA3).

A empresa passou por uma série de aquisições e, em 2019, incorporou o Grupo Ímpar formado por sete hospitais para atendimento de alta complexidade. Em abril de 2021, a Dasa concluiu seu re-IPO, vendendo 63,2 milhões de novas ações na oferta primária.

A Dasa possui hoje o maior ecossistema de saúde do Brasil. Em 2020, a empresa atendeu mais de 20 milhões de usuários únicos, realizou mais de 262 milhões de exames, operando com mais de 3.931 leitos em 15 estados e no Distrito Federal e 156 cidades. Além da plataforma digital, o grupo conta com 15 hospitais e mais de 900 unidades.

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