Decisão de juros no Brasil deve movimentar o mercado nesta quarta-feira
O mercado já espera a manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano, mas o comunicado deve indicar o início do corte dos juros nas próximas reuniões
21/06/2023Nesta quarta-feira, os investidores estarão de olho no cenário político e econômico do Brasil.
Hoje, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulga a decisão sobre a taxa de básica de juros, a Selic. A expectativa do mercado é de que a autoridade monetária mantenha os juros no patamar atual, de 13,75% ao ano, patamar no qual está desde setembro do ano passado.
““O Boletim Focus, que já coloca Selic a 12,25% para o fim do ano, reforça que o Copom já deve soltar um comunicado dando a entender que já se pode iniciar o corte de juros na reunião seguinte, em agosto”, disse Andre Fernandes, da A7 Capital.
A expectativa do Safra é de que o Banco Central inicie a baixa dos juros a partir de agosto para que ao final do ano a taxa fique em 11,75%.
“A expectativa para a decisão do Copom pode trazer volatilidade nos mercados. Os investidores já esperam a manutenção da taxa, mas o que deve ajudar nas estimativas é o comunicado, que pode ser mais suave”, disse Cauê Pinheiro, estrategista do Banco Safra.
Segundo Pinheiro, 88% do mercado espera que o Copom acelere o ritmo de corte dos juros a partir da reunião de setembro. “A queda na taxa deve começar a com 0,25 ponto percentual e passar a 0,50% até o final do ano.”
Além disso, o noticiário político está no radar dos investidores. Após pedido de vista, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado adiou para esta quarta a votação do projeto de lei que estabelece o novo arcabouço fiscal. Se aprovado na CAE, o texto segue para o plenário do Senado.
Lá fora, as atenções se voltam para falas dos integrantes do Federal Reserve (Fed, banco central americano) que podem dar pistas ao mercado sobre a condução da política monetária nos Estados Unidos.
O presidente do Fed, Jerome Powell, fala em audiência no Congresso Americano, uma semana após manter o intervalo dos juros dos EUA no patamar entre 5% e 5,25%. Antes disso, quatro integrantes da autoridade monetária participam de eventos pelo país.