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Depois das Olimpíadas, skate brasileiro ganha as telas

Filme sobre adolescente skatista foi rodado antes da estreia de Rayssa Leal nas Olimpíadas, mas deve pegar carona no sucesso da Fadinha

História da adolescente de São Paulo reproduz a realidade de meninas de todo o país, que enfrentam preconceito ao optar pelo esporte | Foto: Divulgação

Quando ‘Meu nome é Bagdá’ foi premiado no Festival de Belim, a atleta Rayssa Leal ainda era a pré-adolescente Fadinha, que viralizou suas manobras sobre o skate nas redes sociais dentro de uma fantasia infantil que levou seu apelido ao primeiro pódio olímpico da história do esporte.

Dois anos e 60 festivais depois, o filme sobre a skatista Bagdá, tem pré-estreia nacional do Festival do Rio.

Estrelado pela também skatista Grace Orsato, conta a história fictícia da menina de 17 anos de uma família só de mulheres da Freguesia do Ó, bairro de São Paulo, e seu amor pelo esporte que já foi proibido no país que hoje festeja a medalha de prata trazida das Olimpíadas de Tóquio.

O preconceito em relação ao esporte, à sua prática por mulheres e às famílias das periferias, filmado pela diretora Caru Alves de Souza, retrata a realidade de centenas de esportistas da periferia que puderam se ver representadas pela medalhista-mirim em Tóquio.

Filme é sobre sonho que a Fadinha sobre skate mostrou que pode se realizar

Como Larissa, Bagdá começou cedo uma prática sem treinador ou clube que tem suas quadras no asfalto urbano. No filme, a irmã mais velha de uma família só de mulheres resiste aos desafios de idade e gênero para seguir sua prática sobre rodas.

“Se fosse minha filha, eu ia enfiar a mão na sua cara até você virar mulher de verdade”, diz o policial durante uma batida, algo corriqueiro na vida de praticantes do esporte nos subúrbios brasileiros.

O reconhecimento do skate como esporte olímpico e o feito de Rayssa parecem mais ficcionais do que o campeão de melhor filme em Berlim. O que está no longa, guardado por quase dois anos de restrições a estreias e festivais, é a história real de milhares de atletas brasileiros, que superam pobreza, discriminação e até a violência para seguir um sonho que a Fadinha real provou ser possível.

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