Dólar cai 1,76% na semana para abaixo de R$ 5,10
A moeda americana recuou 0,67% e foi vendida a R$ 5,07, depois de oscilar entre R$ 5,05 e 5,11; com o resultado, o dólar acumula perda de 1,86% no mês
26/08/2022O dólar fechou em queda nesta sexta-feira, 26, com os investidores temerosos de uma recessão mundial após fala mais dura do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole, sobre a condução da política monetária dos Estados Unidos.
A moeda americana recuou 0,67% e foi vendida a R$ 5,07, depois de oscilar entre R$ 5,05 e 5,11. Com o resultado, o dólar caiu 1,76% na semana, e no mês acumula perda de 1,86%. No ano, a divisa tem desvalorização perto de 9% frente ao real.
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No discurso Powell, reforçou a missão da autoridade monetária em controlar a inflação nos Estados Unidos. O presidente do Fed afirmou que o registro histórico adverte fortemente contra o relaxamento prematuro da política monetária.
Segundo ele, restaurar a estabilidade de preços provavelmente exigirá manter uma postura monetária apertada por algum tempo.
“A decisão sobre um aumento da taxa em setembro será baseada na totalidade dos dados desde a reunião de julho”, disse ele, comentando sobre a possibilidade de novo aperto monetário na próxima reunião do Fed, no fim do mês que vem.
A redução da inflação provavelmente vai pedir um período prolongado de crescimento abaixo da meta, afirmou o presidente do Fed, destacando que o objetivo geral é retornar a inflação para a meta de 2% ao ano.
“A taxa de juros entre 2,25% e 2,50% não é o lugar para parar”, declarou Powell. “Esses são os custos infelizes de reduzir a inflação, mas não restaurar a estabilidade dos preços significaria um sofrimento muito maior”.
As apostas do mercado variam entre uma alta de 0,50 pontos percentuais e de 0,75 p.p. na próxima reunião do Fed, em setembro.
“Vemos no cenário macro, tanto no Brasil como nos EUA, que tem espaço para a inflação cair. O que o Powell falou no discurso é que vai continuar subindo juros até deixar a economia restritiva contraída e a inflação se direcionar para a meta de 2%”, disse Fabio Fares, especialista em análise macro da Quantzed.
Segundo ele, o problema é que o mercado, na antecipação da euforia, já estava prevendo corte de juros no ano que vem. “E isso não é real. O Banco Central americano vai subir juros talvez agora de forma mais devagar de 50 em 50 pontos com mais folga”, afirmou Fares.