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Dólar acumula alta de 5,1% em julho e fecha semana cotado a R$ 5,50

A divisa subiu 0,05% ontem e foi vendida a R$ 5,49, depois de oscilar entre R$ 5,43 e R$ 5,50; na semana, a divisa registrou ganho de 0,72%

Dólar

Os investidores mantiveram a preocupação com as medidas monetárias para combater a inflação nas maiores economias do mundo durante toda a semana | Foto: Getty Images

Em dia instável, o dólar fechou em estabildade na sexta-feira e chegou a encostar em R$ 5,50, com os investidores monitorando as políticas monetárias ao redor do mundo. Na semana, porém, a divisa registrou ganho de 0,72%.

Ontem, a moeda americana subiu levemente a 0,05% e foi vendida a R$ 5,49, depois de oscilar entre R$ 5,43 e R$ 5,50. Com o resultado, o dólar acumula alta de 5,10% no mês. No ano, ainda tem desvalorização de 1,35% frente ao real.

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Uma vez mais, os negócios nos mercados foram pautados por temores de desaceleração mais forte da atividade global, após indicadores fracos na Europa e, especialmente, nos Estados Unidos.

O Banco Central Europeu (BCE) foi mais agressivo e aumentou os juros em 50 pontos bases, com isso a taxa subiu de -0.50% para 0%. Foi o primeiro movimento do BCE neste sentido em 11 anos e a decisão foi uma resposta às fortes pressões inflacionárias que o bloco enfrenta neste ano.

Em junho, a inflação chegou a 8,6%, puxado principalmente pela energia com a guerra entre Rússia e Ucrânia. O resultado da inflação na zona do euro no mês passado ficou acima da expectativa de analistas consultados pelo Wall Street Journal, que previam avanço da taxa a 8,4%.

Nos Estados Unidos, já está na conta uma nova alta de 75 pontos-base dos Fed Funds. Os indicadores recentes jogam dúvidas sobre o ciclo total de aperto, uma vez que a atividade dá sinais de enfraquecimento, mas a inflação corrente segue elevada. As taxas dos Treasuries recuaram mais de 3% hoje, com a T-note de 10 anos abaixo da linha de 2,80%.

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto dos EUA, que engloba os setores industrial e de serviços, caiu de 52,3 em junho para 47,5 em julho, atingindo o menor nível em 26 meses. Leituras abaixo de 50 indicam contração da atividade.

Ontem pela manhã, o real até se fortaleceu, escorado na alta dos preços das commodities e na perda momentânea de força da moeda americana lá fora na esteira da deterioração dos indicadores econômicos. Segundo operadores, tesourarias aproveitaram o ambiente externo para ajustar posições e realizar lucros acumulados na rodada recentes de valorização do dólar.

Para o diretor de produtos de câmbio da Venice Investimentos, André Rolha, o dólar não se sustenta acima da linha de R$ 5,50 e pode se acomodar em um nível “um pouco mais baixo” nas próximas semanas.

“Mas devemos ter muita volatilidade, porque ainda há muita incerteza sobre o desempenho da economia global, com esse processo de alta de juros nos Estados Unidos e agora também na Europa”, afirma Rolha.

Na sessão de ontem, o termômetro do comportamento do dólar frente a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY, chegou a descer até a casa dos 106,100 pontos sob impacto do tombo do PMI dos EUA, mas se recuperou e, no fim do dia, rodava no patamar dos 106,700 pontos, em queda de cerca de 0,30%.

Isso aconteceu basicamente em razão das perdas de mais de 0,80% da moeda americana frente ao iene japonês. O euro até esboçou uma leve alta ante o dólar, mas acabou sucumbindo à tarde e amargava queda ao redor de 0,20%. O PMI composto da zona do euro caiu de 52 em junho para 49,4 em julho, menor nível em 17 meses.

“Essa piora do dólar à tarde (ontem) foi pura volatilidade. O mercado está sem rumo e apenas ajustou posições para o fim do dia e da semana”, afirma o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, que, apesar do resultado ruim do PMI americano, vê como exagerados os temores de recessão nos Estados Unidos, uma vez que o mercado de trabalho continua forte.

Para Vieira, o clima de instabilidade global tende a manter o dólar bem posicionado ante divisas fortes e emergentes, com alguns ajustes pontuais em relação a moedas específicas, como no caso do iene, que já apanhou muito pela política monetária frouxa da autoridade monetária japonesa. (Com AE)

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