Dólar recupera perdas e acumula alta de 10,15% em junho
No último dia do mês, a moeda americana subiu 0,80% e foi cotada a R$ 5,23; no primeiro semestre, a divisa acumula perda de 6,12% frente ao real
30/06/2022Depois do tombo de ontem, o dólar fechou em alta nesta quinta-feira, 30. No último dia do semestre, a moeda americana foi cotada a R$ 5,23 – em alta de 0,80%.
Com o resultado do último dia do mês, o dólar terminou junho em valorização de 10,15% e no primeiro semestre acumula perdas de 6,12% frente ao real.
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Os investidores estão de olho nos dados de inflação nos Estados Unidos, medido pelo índice mensal de preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) o indicador que é usado como referência pelo Federal Reserve (Fed, Banco central americano) para definir a condução da sua política monetária.
De acordo com os dados, núcleo do PCE desacelerou para 4,7% ao ano em maio. Na comparação mensal, o índice subiu 0,3%.
O resultado veio em linha com o esperado pelo mercado e representa uma desaceleração em base anual frente ao mês de abril, quando o PCE registrou crescimento de 4,9%.
O núcleo do PCE exclui preços mais voláteis, como os de alimentos e energia. Quando considerados estes preços, a inflação americana foi de 0,6% na base mensal e 6,3% na anual.
“Os dirigentes dos principais bancos centrais alertaram sobre a persistência da inflação, o que levantou preocupações de que um aperto monetário mais agressivo levará as economias à recessão”, disse o Banco Safra em relatório.
Ontem, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que que a autoridade monetária não pode assumir que as expectativas de inflação permanecerão indefinidamente ancoradas nos Estados Unidos. Segundo ele, se houver aumento desenfreado dessas métricas, o Fed “ficará atrás da curva”. No entanto, na visão dele, o risco principal é de que a estabilidade de preços não seja restaurada.
O presidente do Federal Reserve afirmou ainda que os mercados financeiros têm precificado uma trajetória de juros semelhante à projetada por dirigentes da instituição, com a taxa básica no pico de cerca de 4%.
No cenário interno, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos Combustíveis continua do radar dos investidores. O impacto do projeto é de R$ 38 bilhões fora do teto e, se aprovada, corre o sério risco do governo não cumprir as metas ficais neste ano com a medida.
Além disso, o Banco Central do Brasil informou que a probabilidade de a inflação superar o teto da meta neste ano passou de 88%, em março, para 100% em junho. Para 2023, o Banco Central estimou que a probabilidade de superar o teto do sistema de metas avançou de 12% para 29%. Em 2022, a meta central de inflação é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar entre 2% e 5%.