Dólar fecha em alta acima de R$ 5,20
A moeda americana subiu 1,63% e foi vendida a R$ 5,23, depois de oscilar entre R$ 5,16 e R$ 5,25, na véspera do feriado da Indepedência do Brasil
06/09/2022O dólar fechou em alta nesta terça-feira,6, véspera do feriado no Brasil, com aumento do temor de recessão no mundo. A moeda americana subiu 1,63% e foi vendida a R$ 5,23, depois de oscilar entre R$ 5,16 e R$ 5,25.
Com o resultado desta véspera de feriado, o dólar acumula alta de 0,72% no mês. No ano, tem desvalorização de 5,93% frente ao real.
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Pesaram também os sinais inesperados do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, de que o Comitê de Política Monetária (Copom) pode fazer mais uma elevação residual na Selic na reunião deste mês.
“Aproveitamos eventos como esse para nos manifestar e a mensagem que continua valendo hoje é a do último Copom, que a gente disse que avaliaria um possível ajuste final”, disse Campos Neto durante o evento Valor 1000, do jornal Valor Econômico, em São Paulo.
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, reforçou que a postura do BC dos próximos trimestres é de “guarda alta”. “Na ausência de um choque positivo, é desafiador ver o processo de desinflação na velocidade que queremos, que é bastante alta para os padrões históricos do Brasil. É uma coisa que temos que acompanhar de forma vigilante”, reafirmou.
Para Marcelo Oliveira, sócio-fundador da Quantzed, a fala dura de Campos Neto, apesar da inflação ter vindo mais baixa, pegou o mercado de surpresa. “le acha que ainda não é hora de afrouxar porque acredita que ainda tem alguns setores piores como serviços que ainda não se recuperaram”, afirmou Oliveira.
Além disso, os investidores continuaram atentos aos desdobramentos das políticas monetárias nas grandes economias. Nesta semana o Banco Central Europeu deve anunciar mais uma alta de juros para tentar conter a escalada da inflação no bloco econômico.
Outro fato que está nos radares dos investidores é o corte de produção de petróleo em 100 mil barris por dia (bpd) que será realizado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados para tentar ajustar a oferta e a demanda.
A tendência com a medida é aumentar os preços do óleo no mercado internacional que atualmente está abaixo de US$ 100.
A Rússia também interrompeu o fornecimento de gás à Europa ontem, por meio do gasoduto Nord Stream, que passa pela Alemanha. E isso aumenta o temor de alta do custo da energia e aceleração da inflação no bloco.
Ontem, os contratos futuros de gás natural no noroeste europeu, que refletem o custo da commodity no mercado atacadista, saltavam mais de 30%. Os preços, no entanto, seguiam abaixo da máxima histórica atingida no fim de agosto. (Com AE)