Dólar sobe com temor de recessão mundial e chega a R$ 5,20
A moeda norte-americana avançou 1,73% e foi vendida a R$ 5,20 no último dia do agosto. No mês, o dólar evoluiu 0,53% e no ano recua 6,71%
31/08/2022O dólar fechou em alta neste último dia de agosto, com os investidores demonstrando aversão ao risco e temor de recessão mundial. A moeda norte-americana subiu 1,73% e foi vendida a R$ 5,20, depois de oscilar entre R$ 5,13 e R$ 5,21.
Com o desempenho desta sessão, a divisa inverteu o rumo de agosto e fechou o mês em alta de 0,53%. No ano, no entanto, ainda tem desvalorização de 6,71% frente ao real.
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No exterior, os investidores monitoraram os dados econômicos da Europa e Estados Unidos para as apostas sobre o patamar de alta de juros pelas autoridades monetárias.
Nesta sessão, segundo Rodrigo Cohen, co-fundador da Escola de Investimentos, a divisa se descolou do dólar index e da cesta de moedas, o DXY. “Nosso dólar subiu e o motivo dessa alta é devido aos temores de recessão e de mais altas de juros no mundo. Isso faz com que o investidor busque porto seguro”, disse Cohen.
Para Cristiane Quartaroli, economista do Banco Ourinvest, diferentemente do que se via no mercado nos meses anteriores, voltou a ter uma pressão nas moedas emergentes, principalmente o real, o que fez com que o dolar subisse em agosto.
Segundo ela, o primeiro deles e o aumento de juros nas economias centrais, como EUA e Europa, o que trouxe mais aversão ao risco aos mercados. “Estas expectativas de aumento de juros acaba pressionando as divisas emergente porque é fluxo de capital saindo”, disse.
Quartaroli citou a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) da zona do euro atingiu a máxima histórica de 9,1% em agosto, superando o recorde anterior de 8,9% observado em julho.
O resultado ainda foi pressionado pela disparada dos preços de energia em meio à guerra da Rússia na Ucrânia. Os dados preliminares foram divulgados nesta quarta-feira, 31, pela agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat.
O CPI de agosto superou a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam estabilidade da taxa em 8,9%. Apenas os custos de energia deram um salto anual de 38,3% neste mês, após subirem 39,6% em julho.
Os preços recordes ampliam as pressões para que o Banco Central Europeu (BCE) siga elevando juros. O BCE, que busca inflação constante de 2%, aumentou suas principais taxas de juros em 50 pontos-base em julho e a expectativa é que volte a ajustá-los em reunião de política monetária na próxima semana.
O núcleo do CPI, que desconsidera os preços de energia e de alimentos, teve acréscimo anual de 4,3% em agosto. Neste caso, a projeção do mercado era de alta de 4,1%.
A economista ressaltou, também, que os preços de commodities também influenciam as cotações do dólar se evolui acaba beneficiando as moedas emergentes, como o real, “e o contrário também é verdadeiro”. “E o ternceiro ponto para o Brasil e a questão das eleições que estão se aproximando e em agosto começaram as campanhas eleitoriais e isso traz mais volatildidae para o mercado brasileiro”, acrescentou Quartaroli.