Dólar fecha em baixa mas ainda acima de R$ 5,20
A moeda americana caiu 0,35% nesta segunda-feira e foi cotada a R$ 5,23, depois de oscilar entre R$ 5,20 e R$ 5,27; no ano, cai cerca de 6%
27/06/2022O dólar fechou a sessão desta segunda-feira em baixa, depois de iniciar o pregão em volatilidade. A moeda americana caiu 0,35% e foi cotada a R$ 5,23, depois de oscilar entre R$ 5,20 e R$ 5,27, a máxima do dia foi alcançada no início dos negócios.
Com o resultado, passou a acumular alta de pouco mais de 10% no mês. No ano, ainda tem desvalorização de cerca de 6% frente ao real. Na sexta-feira, o dólar fechou em alta de 0,45%, a R$ 5,25 – maior patamar de fechamento desde 8 de fevereiro deste ano (R$ 5,26).
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A moeda americana ainda é afetada pelos esforços das grandes economias mundiais em frear a alta da inflação. Na semana passada, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) já havia indicado uma política monetária mais contracionista.
E juros mais altos nos Estados Unidos tendem a valorizar o dólar, pois os investidores estão à procura de ambientes mais tranquilos, como os títulos da dívida americana.
A pressão das commodities também influencia o comportamento do dólar frente às outras divisas. Os contratos futuros de minério de ferro atingiram máximas de uma semana nas bolsas de Dalian e Cingapura apoiados por esperanças de que as siderúrgicas chinesas reiniciem os altos-fornos que haviam ficado ociosos devido à queda nas margens e à fraca demanda para reabastecer estoques.
O minério de ferro mais negociado para entrega em setembro na bolsa de commodities de Dalian na China fechou em alta de 4%, a 775 yuans (US$ 115,92) a tonelada.
Na Bolsa de Cingapura, o contrato para julho do ingrediente siderúrgico subiu para 5,7%, para US$ 120,60 a tonelada, seu maior valor desde 20 de junho.
Já o petróleo tipo Brent, o referência mundial, para setembro subiu US$ 1,72 (US$ 1,88) a US$ 110,98 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
Os contratos mostraram volatilidade durante a sessão. Segundo fonte do governo americano, o G7 negocia proposta, durante cúpula na Alemanha, para fixar um teto nos preços de importações do petróleo russo. O acordo estaria próximo, de acordo com a fonte.
Em comunicado nesta segunda, o grupo reafirmou que trabalhará para limitar o uso de energia fóssil e caminhar para avançar em energias renováveis.
No lado interno, o mercado avalia a nomeação de Caio Mario Paes de Andrade presidente-executivo da Petrobras aprovado em reunião extraordinária pelo Conselho de Administração da companhia. Paes de Andrade foi aprovado por sete votos a três. Ele também foi aprovado para integrar o Conselho..
Segundo fontes, votaram a favor de Paes de Andrade os cinco conselheiros da União e dois representantes de acionistas minoritários. Outros dois conselheiros minoritários e a conselheira representante dos funcionários votaram contra a indicação.
Paes de Andrade será o quinto presidente da Petrobras no governo Jair Bolsonaro, em sucessão novamente marcada pela queda de braço entre o governo e a diretoria da petroleira sobre a alta nos preços dos combustíveis em refinarias da Petrobras, hoje alinhados ao mercado internacional.
Outro acontecimento que está no radar dos investidores é a participação do presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, durante o Fórum Jurídico de Lisboa, nesta segunda-feira.
Campos Neto voltou a assegurar que a política monetária adotada pela autarquia é capaz e vai frear o processo inflacionário no Brasil e avaliou que a maior parte do processo já foi feito.
“Avaliamos que a maior parte do processo já foi feito”, disse Campos Neto. “Precisamos fazer trabalho de ancorar expectativas, é muito importante.” (Com AE)