Dólar recua levemente após alta recorde em dois meses
A moeda americana recuou 0,09% e foi vendida a R$ 5,37, depois de oscilar entre R$ 5,29 e R$ 5,38; BC vendeu US$ 1 bilhão em leilão de linha
27/09/2022O dólar fecha em leve queda, em quase estabilidade, nesta terça-feira, 27, após tocar a maior cotação em dois meses na véspera. A moeda americana recuou 0,09% e foi vendida a R$ 5,37, depois de oscilar entre R$ 5,29 e R$ 5,38. Com o resultado, a divisa passou a acumular alta de 3,36% no mês. No ano, tem queda de 3,58% frente ao real.
O inibiu a alta do dólar nesta sessão, apesar da aversão ao risco no mercado mundial, foi o leilão de linha realizado pelo Banco Central do Brasil que conseguiu vender US$ 1 bilhão. É o segundo movimento deste tipo do BC em menos de uma semana. No dia 23, a autoridade vendeu US$ 2 bilhões.
Os investidores avaliaram, também, a Ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em que o órgão decidiu manter a taxa de juros em 13,75% ao ano, o que indicou o fim do ciclo de aperto monetário que se iniciou em março do ano passado. Os juros, no entanto, devem permanecer altos por mais tempo, segundo sinalizou o Copom.
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Segundo a ata, o Copom vai avaliar se a estratégia de manutenção da taxa Selic por um período “suficientemente prolongado” garantirá a convergência da inflação. Além disso, reforçou o alerta de que “não hesitará” em retomar as altas dos juros básicos caso a desinflação não ocorra como esperado, após lembrar que os passos futuros de política monetária poderão ser ajustados.
O Copom também esclareceu, por meio da ata, que, caso a desoneração de impostos federais sobre os combustíveis seja mantida em 2023, voltará a enfatizar horizontes que incluam o primeiro trimestre de 2023 na estratégia de política monetária.
Dólar cai com investidores avaliando recados do Banco Central na Ata do Copom
“No entanto, o Copom avalia que não haverá impactos relevantes sobre a condução de política monetária, uma vez que os efeitos primários de tais medidas já estão sendo desconsiderados”, ponderou no documento.
O Copom informou, também, que segue acompanhando os riscos relacionados à desaceleração global e ao aumento da aversão a risco, em um ambiente de inflação no mundo “significativamente pressionada”.
“O processo de normalização da política monetária nos países avançados prossegue na direção de taxas restritivas de forma sincronizada entre países, impactando as expectativas de crescimento econômico e elevando o risco de movimentos abruptos de reprecificação nos mercados”, avaliou o Copom na ata divulgada nesta terça-feira.
Além disso, os preços em setembro medidos pelo IPCA-15, considerado a prévia da inflação, apresentaram deflação pelo segundo mês consecutivo, (- 0,37%).
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,63% e, em 12 meses, de 7,96%, abaixo dos 9,60% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2021, a taxa foi de 1,14%. De acordo com os dados, apenas três dos nove grupos do IPCA-15 tiveram queda de preços: Transportes (-2,35%), Comunicação (-2,74%) e Alimentação e Bebidas (-0,47%), o que configura uma queda ainda localizada da inflação.